A farsa de Macron sobre um “acordo suplementar” para que o acordo com o Irã de 2015 “permaneça em vigor”, entremeada de beijos e afagos com Trump na Casa Branca, foi repudiada pelo presidente do Irã, Hassan Rouhani. “Junto com um certo líder de um país europeu eles dizem: nós queremos decidir sobre um acordo alcançado por sete partes”, afirmou o mandatário iraniano em discurso ao vivo na tevê estatal. “Para que?”, “com que direito?”, acrescentou.
Para não perder tempo com a performance de Macron, Rouhani dirigiu-se diretamente a Trump, que ameaça abandonar o acordo assinado pelo antecessor, Barack Obama, a menos que Teerã se submeta a Washington.
“Você não tem qualquer embasamento em política. Você não tem qualquer embasamento em leis, você não tem qualquer embasamento em tratados internacionais”, afirmou. “Como pode um comerciante, um mercador, um construtor de prédio, de torres, fazer julgamentos sobre assuntos internacionais”, questionou o líder iraniano, referindo-se à carreira de Trump como especulador imobiliário.
O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, advertiu que o Irã não ficará “unilateralmente” amarrado a um acordo que já tenha sido quebrado. Ele afirmou que seu país já avaliou as opções para o caso de que isso ocorra, incluindo a retomada das atividades nucleares “a uma velocidade muito maior”. “Essas opções estão prontas para serem implementadas e tomaremos a decisão necessária quando for adequado”.