O ministro iraniano do Petróleo, Bijan Zanganeh, anunciou que a estatal chinesa CNPC passou a ser responsável pelo projeto multibilionário de gás que seu país desenvolve em South Pars. “A CNPC da China substituiu oficialmente a Total na 11ª fase de South Pars, mas ainda não iniciou as operações. As negociações precisam ser realizadas com a CNPC sobre quando irá inicia-las”, declarou Zanganeh, no domingo, à agência de notícias ICANA.
O campo offshore chamado de South Pars pelo Qatar, de North Field, abriga as maiores reservas de gás natural do mundo já encontradas em um só lugar.
Com 50,1% de participação no projeto, a companhia francesa declarou às autoridades iranianas que se retiraria do gigante projeto de gás após os Estados Unidos manterem as sanções ao desenvolvimento do South Pars. Frente à perspectiva de sabotagem, a resposta do governo iraniano foi a ampliação de apoios capacitados a assumir o projeto.
Em maio, fontes da indústria chinesa confirmaram que a CNPC estava em condições para assumir a participação da Total no investimento.
Até o momento a CNPC detinha 30% no gigantesco campo, enquanto a PetroPars, subsidiária da National Iranian Oil Company, os outros 19,9%.
Os Estados Unidos retomaram em agosto as sanções unilaterais contra o Irã, suspensas desde 2015, quando foi assinado o acordo nuclear entre Teerã e as principais potências econômicas. Em maio, Trump retirou os EUA do acordo e anunciou que restauraria as medidas restritivas.
As duas primeiras rodadas de sanções afetaram transações financeiras, importações de matérias-primas, o setor automotivo e a aviação comercial. Na tentativa de asfixiar a economia iraniana e riscar o país do sistema financeiro internacional, os EUA proibiram que também comprasse dólares e metais preciosos. Além disso, foram proibidos negócios com aço, carvão e alumínio e vetadas as importações de tapetes e alimentos produzidos no Irã.