
Declaração é de Luziana Arruda, irmã de Marcelo Arruda, dirigente do PT assassinado no próprio aniversário por apoiador de Jair Bolsonaro (PL)
A irmã de Marcelo Arruda, dirigente do PT em Foz do Iguaçu (PR), assassinado por bolsonarista no próprio aniversário de 50 anos, criticou Jair Bolsonaro (PL) e o uso do vídeo da conversa entre ele e os irmãos dela.
Diga-se de passagem, a atitude dos irmãos, eleitores de Bolsonaro, foi uma indignidade. Sapatearam no túmulo de Marcelo, com aquela postura condescendente com o presidente da República, que estimula a violência e não poupa o discurso de ódio contra os adversários.
No último domingo (10), durante a comemoração do aniversário de Marcelo, cuja festa teve como tema o ex-presidente Lula (PT), o guarda municipal foi morto a tiros pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, eleitor de Bolsonaro e militante bolsonarista.
Segundo a Folha de S.Paulo veiculou, Luziana Arruda disse que o presidente da República só se moveu após ter dado declarações em que minimizava o crime. Bolsonaro não ligou para a viúva, Pâmela Arruda, e nem para o filho (Leonardo) de Marcelo para dar uma palavra de condolência.
Tentou usar de forma torpe um vídeo com os irmãos bolsonaristas, hostis e distantes de Marcelo.
ATITUDE ELEITOREIRA
“De repente eles resolvem se compadecer da nossa família, resolvem querer nos ouvir. Acho que ele viu que a coisa tomou proporção gigantesca e resolveu voltar atrás nas palavras”, disse ela.
Tanto Bolsonaro quanto o vice-presidente, Hamilton Mourão, fizeram declarações que minimizavam o assassinato.
“Depois que bate ele resolve consolar”, criticou Luziana.
Sobre o modo de divulgação do vídeo da conversa entre os irmãos de Marcelo e Bolsonaro, ela afirmou: “para nós foi um choque o que aconteceu e ver daquele jeito a divulgação do vídeo”.
Luziana era a irmã mais próxima de Marcelo. Ela afirmou que ainda não conversou com os irmãos sobre o ocorrido.
INDIGNIDADE
Bolsonaro enviou a Foz, o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que intermediou a conversa com os dois irmãos de Marcelo, que são eleitores de Bolsonaro. O chefe do Executivo teve essa atitude porque a repercussão negativa foi enorme. E ele quis se livrar da responsabilidade que tem diante do fato trágico.
A falta de discernimento político dos irmãos bolsonaristas de Marcelo, os fez cometer tamanha indignidade. Só faltou dizer que ele morreu por culpa dele. Marcelo foi assassinado fruto do discurso de ódio e intolerância políticas disseminadas, aos quatro cantos, por Bolsonaro.
Otoni de Paula é membro da tropa de choque do governo na Câmara e acumula longo histórico de controvérsias na carreira política. Ele se reuniu com dois irmãos da vítima — ambos simpatizantes de Bolsonaro — e intermediou chamada de vídeo com Bolsonaro, na qual o presidente acusou a imprensa de estar colocando o assassinato no “colo dele”.
Bolsonaro ainda convidou os familiares de Arruda para participarem de coletiva ao lado dele em Brasília. Os dois irmãos não estavam presentes no momento do crime, portanto, não tem motivo
M. V.