Isenção irregular de Bolsonaro fará sociedade bancar aposentadoria de pastores, afirma Sindifisco

Pastor Silas Malafaia com Bolsonaro no Palácio do Planalto. Foto: Isac Nóbrega - PR

O presidente do Sindifisco Nacional, entidade que representa os auditores fiscais da Receita Federal, Isac Falcão, afirmou que a regulamentação implementada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ampliou a isenção fiscal de pastores evangélicos, tramitou de forma ilegal e representou prejuízos aos cofres públicos. A declaração foi dada em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada na última sexta-feira (14).

Segundo o auditor, o ato praticado pelo ex-capitão usurpou a função do Congresso de regulamentação e não foi avaliado pelos órgãos técnicos da Receita. De acordo com Falcão, a interpretação dada pela Receita sobre a isenção fez com que as altas aposentadorias dos líderes religiosos sejam bancadas pelos demais trabalhadores.

“Estamos falando da isenção da cota patronal dessas [altas] remunerações. Ou seja, os trabalhadores submetidos a esse regime, os pastores, eles se aposentam. E as aposentadorias deles são pagas pelas contribuições dos demais trabalhadores”, afirmou o auditor.

A isenção tributária concedida a pastores evangélicos foi publicada às vésperas da campanha eleitoral de 2022 e determina que não recaiam impostos sobre o valor pago pelas igrejas pelos trabalhos dos pastores. 

Uma investigação realizada pelo Fisco avalia suspeita de irregularidade da medida, que também é alvo de apuração do Tribunal de Contas da União. Para Falcão, o ato gerou altos prejuízos para o INSS e para a União.

“Isso causa prejuízo em parte já constituída e causa um outro prejuízo, prospectivo. Aquelas instituições que não tinham essa prática passam imediatamente a recolher. Isso causa prejuízo em duas pontas, tanto no que foi lançado, como no que seria arrecadado. É muito difícil mentoras, mas é certamente um prejuízo relevante. Temos milhares de pessoas trabalhando nessa situação, sob esse regime”, disse.

O ex-secretário da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes, suspeito de ter feito pressão nos auditores para a liberação das jóias sauditas, foi o responsável pela assinatura do ato. Na declaração ao jornal, ele negou as irregularidades na tramitação da regra e alega que os processos do órgão foram seguidos. 

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Respostas de 2

  1. Bolsonaro precisa ser investigado por todos os atos nebulosos em seu desgoverno, os trabalhadores brasileiros não podem e nem devem pagar aposentadorias de pastores bolsonaristas. A Constituição acima de todos, e a verdade acima de tudo. Acorda Brasil.

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