Além da orgia com cargos, o total de emendas usadas na tentativa de suborno passou de R$ 4,2 bilhões, em 2019, para R$ 6,7 bilhões no ano passado. Baleia critica ação do Planalto e diz que tem plena convicção na vitória
Cada vez mais isolado, Jair Bolsonaro não respeita mais nenhum limite em seu plano de anexar a Câmara dos Deputados ao Planalto. Usa a máquina pública para tentar subornar parlamentares. Sua falta de credibilidade é tanta que alguns interessados cobram pagamento adiantado.
A conta para o contribuinte está ficando cada vez mais alta. Em dezembro de 2020, já com o Planalto envolvido nas eleições, o Tesouro liberou R$ 550 milhões em emendas parlamentares. Com isso, o total de emendas pagas passou de R$ 4,2 bilhões, em 2019, para R$ 6,7 bilhões no ano passado.
O balcão de negócios envolve barganha com cargos em ministérios e órgãos de segundo e terceiro escalões. Bolsonaro desperdiça recursos públicos e destrói a máquina pública com as indicações fisiológicas em troca de votos em seu apaniguado, Arthur Lira.
Todo esse esforço de Bolsonaro visa garantir uma blindagem do parlamento diante de sua condução desastrosa da pandemia, do avanço das investigações e da verdadeira destruição da economia nacional patrocinada por ele e seu guru Paulo Guedes.
Além do show de fisiologismo, que tem se mostrado insuficiente para angariar o apoio necessário, Bolsonaro faz ameaças contra os desafetos e chantageia quem não se submete aos seus planos.
O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que disputa pela frente democrática a presidência da Câmara, denunciou que o governo está “coagindo”, e chantageando parlamentares para forçar o voto no candidato do Planalto.
“O governo infelizmente está tentando interferir no processo de eleição da Câmara dos Deputados. Está coagindo e perseguindo deputados de forma ostensiva, não só com cargos, mas com emendas extraorçamentárias, o que não é bom para o Parlamento”, afirmou Rossi em entrevista ao jornal O Globo.
O deputado frisou que, apesar dessa ação deletéria do governo federal, está seguro em sua vitória. “O Parlamento não vai se apequenar com esse tipo de discussão. Portanto, eu tenho plena convicção da nossa vitória”.