Trump recuou da posição de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, como havia ameaçado fazer em várias ocasiões.
Como o acordo é revalidado por Washington a cada 90 dias, na sexta-feira (12) Trump manteve a posição das vezes anteriores, num claro recuo de sua posição alardeada aos quatros ventos há meses.
A mudança da Casa Branca ocorreu pouco tempo depois da derrota do açodamento de Trump para derrubar o governo do Irã usando como pretexto as manifestações ocorridas naquele país durante vários dias, período em que Washington prometeu apoio e amor eterno aos que topassem derrubar o governo eleito. Logo em seguida, marchas com centenas de milhares de iranianos tomaram as ruas em uma dezena de cidades para responder e pulverizar os atos anti-governamentais bafejados pela mídia – em especial a norte-americana. A partir daí, as ameaças de mais sanções para fortalecer a ‘democracia iraniana’ também foram postergadas.
O governo do Irã, além de denunciar a ingerência norte-americana em seus assuntos internos, apontou a participação da CIA no incentivo aos atos violentos contra delegacias, que acarretaram mortes de policiais e “manifestantes” durantes essas investidas.
Para disfarçar o recuo que foi obrigado a realizar – tanto pelo esvaziamento das manifestações apoiadas de fora por inimigos do Irã como pela contrariedade à ruptura por parte dos países que participam do Acordo, notadamente França e Rússia – Trump diz agora que dará mais “120 dias para que os europeus consertem as desastrosas brechas do acordo”, sem dizer quais são as tais “brechas”. Bem, com isso o falastrão ganhou mais quatro meses para se manter quieto sobre esse tema.
S. SILVA