
As tropas do genocida Netanyahu atacaram a população com tanques de guerra e drones
O ataque aconteceu junto de um centro de distribuição de alimentos operado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma empresa privada sob as ordens de Israel e dos Estados Unidos. Pelo menos 31 pessoas morreram no sob os disparos de tanques israelenses na manhã deste domingo (1º), na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Este é o segundo incidente fatal grave envolvendo as operações dessa empresa contra os palestinos, seja por parte dos seus ditos “seguranças” ou, como agora, com ataque diretos das forças militares de Israel.
A GHF não é aceita como organização humanitária, inclusive pela ONU, que se nega a trabalhar com a mesma por suas ligações explícitas com as forças de Israel e tem envolvimento com militares dos EUA e com ex-agentes da CIA.
Milhares de pessoas já aguardavam desde o amanhecer por comida, neste domingo (1º), perto de um dos dois centros da GHF em Rafah, no sul do enclave. Algumas pessoas caminharam durante toda a noite a partir do centro da Faixa de Gaza, pois os alimentos têm entrado em quantidade extremamente limitada desde o bloqueio imposto por Israel em março de 2025.
Mohamed Ghareeb, jornalista em Rafah, disse à BBC que milhares de palestinos estavam reunidos perto de um centro de distribuição, dito de ajuda humanitária apoiado pelos EUA no domingo, quando tanques israelenses apareceram e abriram fogo contra a multidão.
Segundo outras testemunhas e a Defesa Civil palestina, o exército israelense disparou com drones e tanques. Várias pessoas morreram na hora; outras perderam a vida após serem levadas ao hospital.
Segundo a ONU, “100% da população” de Gaza está submetida à fome após mais de dois meses de bloqueio humanitário, parcialmente aliviado por Israel apenas na semana passada. Mais de 54.321 palestinos, em sua maioria civis, foram mortos na campanha militar israelense de retaliação, segundo dados do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
As Nações Unidas denunciaram que a crise humanitária na Faixa de Gaza atingiu seu ponto mais crítico desde o início da guerra genocida provocada por Israel, que começou em outubro de 2023.
Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, em coletiva de imprensa na sexta-feira (30), citou relatórios do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que confirmaram que a situação nunca foi pior em termos de necessidade humanitária e sofrimento do povo palestino, destacando a deterioração das condições em Gaza e afirmando que os ataques das forças do governo Netanyahu contra a Faixa continuam inabaláveis.
Enfatizou que a necessidade de ajuda humanitária atingiu “níveis sem precedentes” após mais de 80 dias de bloqueio israelense quase completo às entregas de ajuda.
O diplomata também abordou acontecimentos recentes, incluindo a evacuação forçada do Hospital Al-Awda, no norte de Gaza, pelas forças israelenses e o deslocamento contínuo de civis. Aproximadamente 200.000 pessoas foram deslocadas à força dos seus locais de moradia ou de salvaguarda somente nas últimas duas semanas.