O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirmou nesta terça-feira (11) que itens essenciais necessários para uma campanha de vacinação infantil e para combate à fome em curso em Gaza neste que frágil cessar-fogo em vigor, inclusive seringas para vacinar crianças e mamadeiras, estão tendo sua entrada proibida por Israel.
1,6 milhão de seringas estão bloqueadas desde agosto, advertiu a Unicef, assim como as geladeiras movidas a energia solar usadas para armazenar os frascos de vacina.
O Unicef lançou a primeira de três rodadas de imunizações no domingo (9) para atingir mais de 40 mil crianças menores de três anos que não tomaram as vacinas de rotina contra a poliomielite, o sarampo e a pneumonia, após dois anos de guerra em Gaza.
No primeiro dia da campanha, o Unicef imunizou mais de 2.400 crianças com várias vacinas.
Israel também está bloqueando a entrada de 938 mil frascos de fórmula infantil pronta para uso – alimento para bebês -, além de peças de reposição para caminhões de água, registrou a Reuters.
O bloqueio é aplicado pelo exército de ocupação sob o pretexto de que seringas, geladeiras a energia solar e alimento para bebês seriam artigos de “dupla utilização”, civil e militar.
Um pretexto quase civilizado, em comparação com as conclamações dos mais notórios criminosos de guerra de Israel a matar palestinos pela fome ou a considerá-los “inumanos”, todos, mulheres, crianças, idosos, “é tudo Hamas”, como já denunciado à Corte Internacional de Justiça de Haia.
Em Genebra, sede do Unicef, o porta-voz Ricardo Pires disse que a organização tem “encontrado muita dificuldade para que esses itens passem por liberação e inspeção, embora sejam urgentes”. “A campanha de vacinação já começou, mas ainda temos duas rodadas pela frente, e para isso precisamos de mais suprimentos”.
“Quase 1 milhão de garrafas [de fórmula infantil pronta] poderiam estar chegando às crianças que sofrem de diferentes níveis de desnutrição”, acrescentou Pires.
Segundo a Reuters, o braço militar israelense que operacionaliza o bloqueio, ou como alega, o “fluxo da ajuda”, e que atende pela sigla Cogat, “não respondeu imediatamente a um pedido de comentário”.











