Israel bombardeia casamento com tanque e chacina seis civis em Gaza

Palestino carrega o corpo do irmãozinho, Ahmed al-Nader, morto com outros membros da família no bairro de Tuffah (Omar al-Qattaa/AFP)

Entre as vítimas está um bebê de cinco meses. Testemunhas denunciaram que o exército de Netanyahu impediu a chegada de ambulâncias e equipes por mais de duas horas

O exército israelense bombardeou na sexta-feira (19) uma escola que estava sendo utilizada como abrigo no bairro de Al-Tuffah, na zona leste da Cidade de Gaza, onde famílias palestinas deslocadas estavam reunidas para um casamento, executando ao menos seis pessoas, incluindo um bebê de cinco meses.

O serviço de emergência civil palestino informou que dezenas ficaram feridos sob tiros de tanque.

Fontes locais disseram que o exército de Netanyahu impediu a chegada ao local de ambulâncias e equipes da defesa civil por mais de duas horas, escutando a agonia, mas atrasando a atenção às vítimas.

A área visada está entre os locais de onde o exército israelense se retirou em conformidade com o acordo de cessar-fogo em vigor em Gaza desde 10 de outubro e já violado mais de 800 vezes pelas tropas da ocupação em Gaza.

Conforme os serviços de emergência civis, os corpos somente foram recuperados após a intervenção do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários junto às autoridades israelenses.

O ataque foi o mais recente de centenas de violações do cessar-fogo israelense desde que o acordo entrou em vigor em 10 de outubro. O Ministério da Saúde de Gaza afirmou na quinta-feira (18) que cerca de 400 palestinos foram mortos por disparos israelenses desde então e em torno de 1.100 feridos.

O novo ataque ocorreu quando Steve Witkoff, enviado especial de Trump, para o Oriente Médio, e outros altos funcionários americanos estavam prestes a iniciar negociações em Miami, na Flórida, sobre o avanço da próxima fase do acordo de Gaza.

“Nosso povo espera que essas negociações resultem em um acordo para pôr fim à contínua ilegalidade israelense, interromper todas as violações e obrigar a ocupação a cumprir o acordo de Sharm El-Sheikh”, afirmou Bassem Naim, membro do gabinete político do movimento de resistência Hamas.

De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, a intervenção que tem apoio dos EUA já executou mais de 70.660 palestinos, mais da metade deles mulheres e crianças.

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