Escola Khadija também albergava uma unidade médica improvisada para doentes e feridos, além de pessoas desabrigadas. No mesmo dia, um bombardeio israelense matou 23 pessoas e deixou mais 90 feridas em Khan Younis, no sul de Gaza
O Exército de Israel disparou três mísseis neste sábado (27) contra a Escola Khadija, a oeste de Deir Al Balah, no centro da Faixa de Gaza, matando 40 palestinos e ferindo mais de 100, a maioria crianças. Conforme o Ministério da Saúde, a escola albergava uma unidade médica improvisada. As informações foram comprovadas por um vídeo da BBC que mostra meninos e meninas entre os feridos.
O Serviço de Defesa Civil de Gaza disse que a escola também servia de teto a desabrigados. Conforme o Hamas, “pessoas deslocadas, doentes e feridas, a maioria das quais eram mulheres e crianças” foram executadas.
O vídeo da cena mostra uma situação completamente caótica, com pessoas correndo em volta de um complexo transformado num monte de cinzas e escombros. Homens carregam duas crianças ensanguentadas nos braços, enquanto uma mulher abraça outra, e um grupo leva um homem ferido numa maca. Um corpo aparece sem vida, coberto no chão.
Diante das denúncias de organizações de direitos humanos sobre a continuidade da prática genocida israelense, que já assassinou mais de 40 mil palestinos – 15 mil deles crianças – e “desapareceu” com mais de 13 mil sob os escombros, o governo fascista de Benjamin Netanyahu alegou que o Hamas vinha usando o local como esconderijo para dirigir e planejar ataques, “além de armazenar armas”. Essas repetidas acusações do regime de Netanyahu, mais uma vez, não apresentam provas.
Também no sábado, um bombardeio israelense matou outras 23 pessoas e deixou mais 90 feridas em Khan Younis, no sul de Gaza, relatou o Ministério de Saúde. No mesmo dia o terrorismo de Estado israelense atingiu a Cisjordânia, onde um rapaz de 17 anos foi morto e nove pessoas ficaram feridas no campo de refugiados de Balata, em Nablus.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, desde segunda-feira (22), cerca de 182 mil palestinos foram forçados a deixar Khan Younis (central e oriental), enquanto “hostilidades intensificadas” alimentam “novas ondas de deslocamento interno em Gaza”, com Israel asfixiando ainda mais a população civil no território.
Reunido no Laos com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse que “todos têm de pressionar para acabar com a guerra”. “Todos concordam que o número de mortes de civis é desproporcional. A comunidade internacional deve ter um propósito comum: parar a matança de civis em Gaza”, sublinhou.
Na sexta-feira (26) a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) pediu ao Conselho de Segurança da ONU que aja para proteger o seu mandato de operar em Gaza e outras áreas da região até que haja uma solução pacífica, dada a decisão do parlamento israelense de declará-la uma “organização terrorista”.