Moshe Yalon se baseou na devastação, principalmente ao norte de Gaza, exemplificando com a destruição de Beit Lahia, Beit Hanoun e Jabalia, para expor os crimes perpetrados por Netanyahu
O ex-ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, acusou o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de promover uma limpeza étnica na Faixa de Gaza com o objetivo de anexação do território por meio de ocupações judaicas.
O ex-ministro de 2013 a 2016 e antigo chefe do Estado-Maior do governo genocida de Israel sustentou, que crimes de guerra estão sendo cometidos em Gaza.
Questionado sobre a sua avaliação da “limpeza étnica”, ele assinalou: “O que está acontecendo lá? Não há mais Beit Lahia, não há mais Beit Hanoun, o exército intervém em Jabalia e, na realidade, a região está sendo limpa de árabes”.
A declaração foi uma referência à decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) que, no mês passado, emitiu um mandado de prisão para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant com a acusação de “crimes contra a Humanidade” e “crimes de guerra” perpetrados pelos dois membros do regime israelense.
Ao ter seus crimes expostos, o atual ministro da Segurança Nacional, o fascista Itamar Ben Gvir, projetou sobre Yaalon sua própria doença e disse que era uma “vergonha” para Israel “ter tido tal figura como chefe do exército e ministro da defesa”.
O norte da Faixa de Gaza, que inclui as áreas mencionadas pelo ex-ministro, que renunciou em 2016 devido a desentendimentos com Netanyahu, tem sido alvo de uma ofensiva israelense que vem crescendo nas últimas semanas.
CONDUÇÃO DA GUERRA TEM CARACTERÍSTICAS DE GENOCÍDIO
No Conselho de Segurança da ONU, o coordenador especial para o Processo de Paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, apontou para “baixas civis em massa e condições de risco de vida impostas intencionalmente aos palestinos”.
A condução da guerra em Gaza por Israel é “consistente com as características de genocídio”, frisou o coordenador especial, em 18 de novembro passado.
Autoridades de saúde da Faixa de Gaza confirmaram, na segunda-feira (02), que o número de mortos palestinos no ataque israelense desde o início de outubro de 2023 aumentou para 44.466 fatalidades confirmadas, com mais 105.358 indivíduos sofrendo ferimentos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
De acordo com as mesmas fontes, os serviços de emergência ainda não conseguem chegar a muitas vítimas e cadáveres presos sob os escombros, já que as forças de ocupação israelenses continuam a obstruir o movimento de equipes de ambulância e defesa civil.