
A poeta palestina, Dareen Tatour, foi condenada a cinco meses de prisão nesta terça-feira. A sentença diz que Tatour incorreu na mesma transgressão de Ahed Tamimi, a adolescente que teve a coragem de encarar soldados israelenses: “incitamento à violência”.
A palestina, cidadã israelense, postou nas redes sociais, em 2015, o poema Resiste, Meu Povo, Resiste a Eles.
Foi levada à Corte de Nazaré onde os promotores argumentaram que o poema incita à violência e que a “ré” também falava em uma Segunda Intifada (amplo levante palestino que abriu os canais para os acordos de Oslo entre Rabin e Arafat). Para os procuradores a expressão “levante” significaria “terrorismo”.
A advogada da poeta, Gaby Lasky, destacou que sua cliente estava sendo presa por sua expressão artística da luta palestina.
“O veredicto viola o direito e a liberdade de expressão. Infringe os direitos culturais dos palestinos que vivem em Israel a obediência a ele levaria à auto-censura na poesia”, afirmou Lasky.
Antes da condenação, Tatour sofreu três anos de prisão domiciliar, por outros ‘atentados’.
“Eu esperava pela prisão, depois que a Lei Estado Nação [do apartheid] foi aprovada, eu esperava qualquer coisa. Não acredito que haja justiça em Israel, por isso mesmo seguirei escrevendo poesia”, declarou Tatour.
150 escritores norte-americanos, incluindo Naomi Klein e Alice Walker, exigem de Israel a liberdade para Tatour.
NATHANIEL BRAIA