Em declaração conjunta, a UNESCO, UNICEF e Coordenação de Questões Humanitárias da ONU para o Oriente Médio, denunciam que 19.000 crianças foram afetadas por agressões a escolas, durante os últimos quatro meses de 2018, por parte das forças de ocupação na Palestina e por colonos judeus que residem em terras assaltadas na Cisjordânia.
A violência continua neste início de ano.
Na semana passada, três alunos foram feridos a bala durante uma invasão a uma escola na aldeia palestina de Tuku, próxima à cidade de Belém. Tiros com munição viva, além de bombas de gás lacrimogêneo atingiram os estudantes que protestavam contra a invasão da escola.
A detenção, por várias horas, de cinco professores e um aluno, por tropas israelenses, no dia 6, na histórica cidade palestina de Hebron, sem que eles pudessem contatar familiares ou advogados, deixou alunos, corpo docente e diretoria da escola onde trabalham os professores, em estado de apreensão. Quando foram finalmente liberados, a explicação dos ocupantes foi de que havia uma faca no carro onde eles estavam ao se dirigirem para a escola. A faca não foi apresentada, segundo diz a organização Enlace Palestino.
Os acontecimentos com os professores de Hebron, e com os alunos da aldeia palestina estão longe de serem casos isolados, como relata o informe que foi publicado no portal UN News no dia 30 de janeiro.
No total, foram registradas 111 agressões a escolas nos meses de setembro a dezembro do ano passado.
“Incidentes que interferem na vida escolar por parte das forças israelenses incluem ameaças de demolição, confrontos com estudantes em seu caminho à escola, professores detidos em postos de controle policiais-militares israelenses e ações violentas por parte das forças e dos colonos”, segundo afirmam, na nota conjunta, o representante da UNICEF, Genevieve Boutin, o escritório local da UNESCO e o Coordenador para Assuntos Humanitários, Jamie McGoldrick.
Para agravar ainda mais a situação, o informe destaca que “mais da metade dos incidentes verificados envolvem munição viva, granadas sonoras e de gás atiradas ao interior ou nas vizinhanças das escolas”, o que deixa estudantes feridos, além de causar impacto negativo sobre a educação na Palestina.
As tropas israelenses demoliram ou ocuparam, em 2018, 5 escolas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. 50 outras estão sob ameaça de demolição.
“A escola secundarista, Orief, para alunos, perto de Nablus também foi fechada duas vezes por causa de violência de colonos, e crianças foram hospitalizadas com múltiplas escoriações”, declaram os representantes da ONU.
Segundo ainda as denúncias, a região de Hebron é palco de violência regular contra escolas, estudantes e professores: “Bombas de gás lacrimogêneo são usadas regularmente, além de medidas mais duras nos postos de controle. Em uma única das escolas, registramos 20 dos tais incidentes em 2018”.
A organização israelense, B’Tselem, conseguiu filmar a prisão de alguns estudantes na cidade palestina de Hebron, onde fica a tumba dos patriarcas do judaísmo. https://electronicintifada.net/blogs/maureen-clare-murphy/israel-steps-attacks-palestinian-schools