Um dia após os EUA vetarem cessar-fogo proposto pelo Brasil na ONU, Netanyahu segue dizimando a população civil de Gaza
Israel promoveu nesta quinta-feira (19) um ataque devastador na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, onde se encontram dezenas de brasileiros fugidos da região norte de Gaza e aguardando para irem para o Egito. A região atingida pelos mísseis é onde fica um hospital na cidade de Khan Yunis.
A explosão dizimou um quarteirão inteiro da cidade e deixou pelo menos 13 mortos, segundo o diretor-geral dos hospitais de Gaza e diretor do Centro Médico Al-Nasser, Dr. Mohammad Zaqout.
“Um quarteirão inteiro foi alvo e [foi] destruído por ataques aéreos esta manhã, que mataram 13 pessoas das famílias de al-Majayda e al-Batta e famílias Fares em Khan Yunis. Outras 25 estão desaparecidas sob os escombros”, disse Zaqout. As equipes de resgate estão “trabalhando incansavelmente” para encontrar os desaparecidos, acrescentou.
O palestino Raafat al-Nakhal mudou-se da cidade de Gaza para o sul, em Khan Yunis, em busca de segurança. Em vez disso, ele diz que tem enfrentado contínuos ataques aéreos israelenses. “Não há lugar seguro em Gaza. Você tem que estar pronto para morrer”, disse ele, enquanto tentava tirar a poeira de seu carro parcialmente danificado e repetia: “Graças a Deus”.
Diplomatas relataram uma grande tensão no local e em Rafah, onde estão as outros dez brasileiros à espera da saída. As duas cidades ficam fora da zona de exclusão determinada por Israel, mas têm sido alvejadas quase diariamente. Palestinos que viviam em um campo de refugiados na cidade bombardeada por Israel procuraram sobreviventes sob os escombros de suas casas após o ataque. Na busca, os moradores do local precisaram usar serras elétricas para cortar o metal do qual são feitas as residências.
“Aqui só há mulheres, crianças e civis, não há militantes, somos todos civis. Vejam todas estas casas, uma tonelada de peso (de metal) caiu sobre nós”, disse Khaled Abu Mukhaimer. Assim como Raafat al-Nakhal, cerca de 1,1 milhão de pessoas precisaram deixar a Faixa de Gaza após as forças israelenses ordenaram que a região fosse evacuada na sexta-feira (13).
Na tarde de quarta-feira (18), os Estados Unidos vetaram uma resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU que propunha uma pausa humanitária e apoio às populações civis que estão sob bombardeio em Gaza. A proposta foi aprovada por 12 votos a um mas foi vetada pela Casa Branca. Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da ONU protestaram virando de costas enquanto a representante de Biden tentava justificar o veto.
O J10 da Globo News não deu uma palavra sobre este atentado. O Jornal da Cultura também. Liguei uns minutos atrasado, mas fiquei com a impressão que o Jornal Nacional fez o mesmo. Acobertar as atrocidades contra civis em Gaza, especialmente neste momento, é um ultraje