Israel já violou 125 vezes o cessar-fogo e agora ordena ataques imediatos a Gaza

Após o pretenso "Acordo", bombardeios de Israel já causaram a morte de 100 palestinos e o ferimento de 400 (IzqNet)

Relatora especial da ONU condena agressão de Netanyahu e ressalta que a política genocida israelense só terá fim com medidas sobre o governo da extrema-direita israelense

O governo fascista de Netanyahu, após violar 125 vezes o acordo de cessar-fogo assinado com o Hamas decidiu ordenar ataques “poderosos e imediatos” a Gaza, estendendo o morticínio.

Desde que Israel e o grupo da Resistência Palestina se reuniram em Sharm el-Sheikh, no Egito, assinando a trégua no começo de outubro, já somam cerca de 94 civis palestinos assassinados e 344 feridos.

Infelizmente, o número tende a crescer, caso o governo de extrema direita não seja obrigado a cumprir o acordado, avalia a relatora especial das Nações Unidas para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, assinalando que não é surpresa a continuidade dos ataques de Israel, em flagrante desrespeito ao cessar-fogo.

Nesta terça-feira (28) um míssil caiu atrás do Hospital al-Shifa, perto de um dos prédios principais, que havia sido reformado e reativado. O ataque causou um estado de caos e pânico entre os pacientes e a equipe médica. Testemunhas descreveram o ataque como “massivo”. Drones também estão sendo usados na ofensiva que alcança o campo de refugiados de al-Shati e projéteis de artilharia são disparados contra palestinos ao leste de Deir al-Balah, no centro de Gaza. Tanques disparavam de uma área controlada pelo exército israelense, mas ainda não se sabe sobre a gravidade nem a extensão dos territórios atingidos.

Para Francesa Albanese, os Estados membros não podem mais ignorar o genocídio praticado por Israel nos últimos dois anos e precisam entrar em cena, pois já são cerca de 68 mil palestinos mortos e 170 mil feridos, sendo mais de quatro mil crianças mutiladas.

ISRAEL CONTINUA BLOQUEANDO A ENTRADA DA AJUDA HUMANITÁRIA

O Tribunal Internacional de Justiça ressaltou a necessidade de que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza, reiterou que a ocupação do território palestino é ilegal e exigiu a retirada de tropas e o desmantelamento de assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, observou Albanese.

“Estas são as linhas vermelhas e, diante delas, os Estados membros continuam a representar este teatro do absurdo. Estou envergonhada – nem só como advogada, mas como ser humano – porque sei que para os palestinos em Gaza o genocídio não terminará, e para os palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental a violência de soldados e colonos não vai ter fim enquanto Israel tiver permissão para manter suas botas no chão e controlar e determinar o destino dos palestinos”, declarou a relatora especial da ONU.

A alegação de que o Hamas teria realizado um ataque a tiros em Rafah, no sul de Gaza, usada como justificativa pelo governo israelense para abrir uma série de ataques aéreos mortais não procede, apontaram meios independentes. Além do que a força militar israelense não tratou de investigar de onde partiram os tiros e responde, como sempre, com força desproporcional e atingindo civis palestinos.

O terrorismo de Estado colocado em prática pelo governo israelense, apontou o Hamas, “representa uma violação flagrante do acordo de cessar-fogo assinado”, “uma extensão de uma série de violações cometidas nos últimos dias, incluindo ataques que resultaram em mortes e feridos, e o fechamento contínuo da passagem de Rafah, o que confirma a insistência em violar os termos do acordo e tentar sabotá-lo”.

O grupo islâmico apelou que sejam tomadas “medidas imediatas para pressionar” Netanyahu a parar os seus ataques e que seja obrigado a cumprir com todas as disposições do acordo, a fim de preservar a paz e a vida.

Alinhado à cartilha de Netanyahu, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse que “combatentes do Hamas” atacaram suas tropas e que agora serão alvo. “O Hamas pagará um preço alto por atacar soldados em Gaza e por violar o acordo de devolução dos corpos dos reféns”, blefou Katz em um comunicado.

“A OCUPAÇÃO ESTÁ BOMBARDEANDO GAZA COM ATAQUES AÉREOS”

“A ocupação agora está bombardeando Gaza com pelo menos três ataques aéreos, apesar do acordo de cessar-fogo”, informou o porta-voz da Agência de Defesa Civil Palestina, Mahmoud Basal.

Membro do gabinete político do Hamas em Gaza, Suhail al-Hindi ressaltou que “Israel precisa perceber que estamos comprometidos com o acordo e parar de nos acusar falsamente de violá-lo”. “A resistência não tem interesse em ocultar ou atrasar a entrega do corpo de qualquer prisioneiro, e afirmamos nosso total comprometimento com o acordo”, acrescentou, pedindo que as nações mediadoras intervenham.

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