Através de seu porta-voz, Abu Rudeinah, o presidente palestino conclama a comunidade internacional a se mobilizar para deter a agressão e o derramamento de sangue
O porta-voz oficial da Presidência da Palestina, Nabil Abu Rudeineh, denunciou que Israel está praticando terrorismo organizado contra os palestinos onde quer que eles estejam, e chamou o Conselho de Segurança da ONU a intervir urgentemente no sentido de pôr fim a esta ampla agressão e parar o derramamento de sangue palestino.
Rudeinah condenou a escalada na agressão israelense contra o povo palestino que se tornou abrangente atingindo não apenas Gaza, mas também a Cisjordânia, incluindo Jerusalém, chamando a uma urgente intervenção internacional para parar a agressão em curso antes que se aprofundem as conseqüências trágicas de forma ainda mais incontrolável.
Em Ramallah, nesta quarta-feira, 6 de dezembro, o representante do presidente Mahmoud Abbas disse em comunicado que no momento em que Israel comete massacres diários contra o povo palestino na Faixa de Gaza, as forças de ocupação e colonos terroristas continuam os seus crimes diários na Cisjordânia, continuando a atacar cidades, vilas e campos, e a realizar execuções no terreno, as mais recentes das quais na cidade de Tammoun e no campo de Al-Faraa em Tubas, além da incursão que a cidade de Nablus está sofrendo.
O chamado da Autoridade Nacional Palestina se dá no momento em que o secretário-geral da ONU invoca a clausula 99, que lhe confere a condição de convocar o Conselho de Segurança da ONU diante do risco de uma catástrofe humanitária iminente.
Antonio Guterres enfatizou que “os civis em toda a Gaza enfrentam grave perigo”, com os ataques aéreos israelenses danificaram mais da metade de todas as casas e deslocando cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes. Mais de um milhão deles buscaram abrigo em instalações da ONU, “criando condições superlotadas, indignas e anti-higiênicas”, enquanto outros “se encontram na rua”.
“O sistema de saúde em Gaza está em colapso, a ordem pública pode se desestruturar em breve devido às condições desesperadas, impossibilitando até mesmo uma assistência humanitária limitada. Uma situação ainda pior pode se desenrolar, incluindo doenças epidêmicas e aumento da pressão por deslocamento em massa”.
ESTADOS UNIDOS É CUMPLICE
O porta-voz presidencial responsabilizou o governo dos EUA por esta escalada e o convocou a comunidade internacional a elevar a pressão para que o governo de ocupação pare a sua agressão e a guerra contra o povo palestino em Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, reiterando que não há outra opção para Israel e a administração dos EUA que não seja parar a agressão e acabar com a ocupação, porque este ataque não trará paz e segurança para ninguém.
Ele afirmou ainda que as medidas militares provaram o seu fracasso, e a única solução é acabar com a ocupação e reconhecer o direito dos povo palestino à liberdade e à independência, de acordo com a legitimidade e o direito internacional.
Fontes da Defesa Civil palestina informaram que – em cifras ainda provisórias – o número de mortos ronda os 16.250 desde o início da agressão, em 7 de Outubro, incluindo mais de 1.240 desde o fim da “trégua humanitária temporária” no início deste mês.
ONU PEDE INVESTIGAÇÕES RÁPIDAS DOS CRIMES DE ISRAEL
Uma declaração conjunta do Relator Especial da ONU sobre execuções extrajudiciais, Maurice Tedpool-Bins, e da Relatora Especial sobre tortura, Alice Jill Edwards, sublinhou a necessidade de investigações “rápidas, honestas e independentes” sobre os crimes contra a vida cometidos por Israel durante a última agressão à Faixa de Gaza.
“Investigadores independentes devem ter os recursos, o apoio e o acesso necessários para conduzir investigações rápidas, completas e imparciais sobre os crimes cometidos por todas as partes no conflito”, afirma o comunicado.
A declaração instou a comunidade internacional a sancionar todos os responsáveis pelas violações mais graves – especialmente aqueles com responsabilidades de liderança – para serem levados à justiça com urgência.