O governo de Israel publicou uma lista de 20 organizações cujas lideranças ou ativistas terão sua entrada ao país barrada.
A lista negra emitida no domingo (dia 7) pelo regime israelense inclui organizações com sede nos Estados Unidos, França, Noruega, Chile, África do Sul, Itália, Irlanda, Inglaterra, além de entidades que congregam associações com sede em diversos países europeus.
Além disso, na semana passada, o governo israelense aprovou a destinação de uma verba de US$ 72 milhões para “combater o Boicote Desinvestimentos e Sanções (BDS)”, movimento que tem crescido para agregar associações religiosas cristãs, judaicas e muçulmanas, sindicatos, universidades além de cientistas, artistas, intelectuais e ativistas dos mais diversos setores das sociedades de países em todo o mundo, incluindo dezenas de lideranças judaicas.
A motivação para o apelo e a crescente adesão ao boicote é a ocupação da Palestina, o assalto a terras e a prisão de mais de 3 mil líderes da resistência à ocupação nas prisões de Israel, muitos deles por meses consecutivos sem acusação formal ou julgamento.
Entre as associações banidas pelo regime israelense está a American Fiends Service Association, que recebeu o Prêmio Nobel em 1947 por sua atuação no resgate e assistência a vítimas do nazismo.
Outra entidade com líderes banidos é a mais importante organização de judeus norte-americanos em apoio à chamada Solução dos Dois Estados (com Israel e Palestina coexistindo em fronteiras reconhecidas e em paz), a Jewish Voice for Peace.
A organização irlandesa, Ireland Palestine Solidarity Campaign, declarou que a sua inclusão na lista “é uma condecoração de honra’. De fato, as medidas que
demonstram a distância entre a teocracia israelense e a democracia deixam patente que o movimento de boicote está surtindo efeito.
A caça às bruxas que, lembra o macartismo norte-americano, foi condenada pela diretora do Jewish Voice for Peace, Rebecca Vilkomerson, cujo depoimento expõe a condição a que Israel está sendo levada pelos ditames deste regime que se dizendo abrigo para os judeus contra o antissemitismo os atinge agora da forma mais irracional e antidemocrática, além de colocar em risco a entrada de nativos palestinos que venham a defender os seus direitos em qualquer lugar do mundo.
Eis os principais trechos do depoimento da diretora do JVC:
“A primeira vez que fui a Israel, tinha quatro meses de idade. Em toda a minha infância visitei o país regulamente; visitava meus avós em Haifa, minha tia, tio e meus primos em um Kibbutz perto da fronteira com a Jordânia. Não existia um lugar, à exceção da cidade onde cresci, ao qual me sentisse mais conectada.
“Já adulta, casei-me com um israelense e nós vivemos três anos em Tel Aviv com nossas duas filhas jovens, que também têm cidadania israelense.
“Agora foi publicada uma lista, com a proibição de entrada, especificamente, para os líderes das organizações listadas. A Jewish Voice for Peace, a organização da qual sou diretora executiva, é uma das que integram a lista.
“Apesar do fato de que meus avós estão enterrados lá, de que meus tios idosos ainda vivem lá e de meus extensos fios de amizade e família ao país, meu apoio ao movimento por Boicote Sanções e Desinvestimento (BDS) agora me exclui de visitar Israel.
“BDS é um chamado da sociedade civil palestina para a construção de um movimento global para o exercício de pressão sobre Israel pelo fim da ocupação, pelo oferecimento de direitos iguais aos cidadãos palestinos de Israel, e para que se permita aos refugiados palestinos o direito ao retorno a seu país de origem. O movimento BDS é inspirado na tradição da resistência não violenta à opressão e tira seu exemplo do movimento de desinvestimento do apartheid sul-africano e outros exemplos que tomaram como alvo economia e cultura para que se alcance justiça.
“Não poderia ser mais claro a partir deste recente movimento do governo de Israel que a maré montante global de apoio ao BDS alarma profundamente a Israel, que reconhece nele um potente instrumento para mudar o status quo da privação dos palestinos que tem sido parte integral do Estado de Israel.
“O presente banimento israelense expande formalmente as proibições que já impunha abaixo dos radares por décadas seguidas – baseadas nas categorias de cidadania, religião e identidade étnica – para aplicá-las agora a posições políticas. Em outras palavras, enquanto Israel já nega, de forma rotineira, a entrada com base em perfis raciais, agora declara uma cortina de banimento abertamente antidemocrática.
“Enquanto sinto pessoalmente a dor da exclusão, pela primeira vez, de um lugar ao qual estou conectada por profundos laços, estou muito consciente de que os palestinos sofrem discriminação e banimento de entrada a Israel e, em particular, a mais categórica rejeição a seu direito de retorno enquanto refugiados, desde a fundação do Estado”.
NATHANIEL BRAIA
resposta palestina ao discurso de Trump sobre Jerusalém
Bassam Tawil
12 de dezembro de 2017 – 18:40:06
A imagem do punhado de palestinos protestando em Belém, queimando imagens do presidente dos EUA, Donald Trump, em 6 de dezembro, foi feita para que parecesse ser parte de um gigantesco protesto das comunidades palestinas. (Imagem: captura de tela do video CBS News)
Você vai nos desculpar, mas usar o nosso site para divulgar um panfleto sionista, não. Não temos problema em discutir tal ou qual posição, dentro de limites racionais. Para outras atividades, existem milhões de sites reacionários no mundo que você pode utilizar.