É o maior morticínio de jornalistas em todos os conflitos
As tropas genocidas de Netanyahu romperam o cessar-fogo acordado com o Líbano ao dispararem contra um grupo de jornalistas na região sul do Líbano, na quarta-feira (27)´.
“As forças inimigas israelenses na cidade de Al Khiyam abriram fogo contra um grupo de jornalistas que cobria o retorno da população deslocada e a retirada israelense do município, deixando vários feridos”, informou a Agência Nacional de Notícias do Líbano, acrescentando que os feridos foram levados para um hospital.
O líder do Sindicato dos Editores de Imprensa Libaneses, Joseph Al-Qusaifi, sublinhou esta quarta-feira que a agressão foi uma continuação dos crimes de Israel contra jornalistas desde 2023.
De acordo com Al-Qusaifi, Israel matou pelo menos 12 jornalistas e cinegrafistas desde outubro de 2023, enquanto dezenas de outros sofreram mutilações ou ferimentos graves.
JORNALISTAS DA AGÊNCIA SPUTNIK TAMBÉM FORAM FERIDOS
O correspondente da agência russa Sputnik no Líbano, Abdelkader Al Bay, foi um dos feridos na quarta-feira por fogo israelense enquanto cobria a retirada das tropas de Netanyahu do sul do país.
Segundo fontes oficiais, Al Bay foi atingido por tiros de metralhadora nas pernas.
Durante o incidente, outros dois jornalistas também ficaram feridos, um no rosto e outro com ferimentos graves na coxa.
Segundo as informações mais recentes, Al Bay, que recebeu os primeiros socorros e está fora de perigo, pretende continuar o seu trabalho jornalístico na cidade de Saida, onde documentará o regresso dos libaneses às suas casas.
Desde o início da agressão israelense contra o povo libanês, mais de 3.823 pessoas foram mortas e cerca de 15.859 ficaram feridas.
150 JORNALISTAS FORAM ASSASSINADOS EM GAZA
Já na Faixa de Gaza, o exército israelense assassinou 150 jornalistas e pelo menos 30 outros trabalhadores do sector desde o início do novo ciclo de violência, em outubro de 2023, denunciaram as autoridades do território, na quinta-feira (28).
O gabinete de comunicação do governo em Gaza condenou nos termos mais veementes os ataques e assassinatos de jornalistas palestinos e responsabilizou o governo de Benjamin Netanyahu por esses crimes, assinalando que a vítima fatal mais recente foi Alaa Fawzi Barhoum, que trabalhava como editor em várias instituições de imprensa da Faixa.
O objetivo dos ataques contra o setor é silenciar qualquer outra versão que possa desafiar a narrativa israelense, afirmou na semana passada Shorouk Al-Asaad, membro do secretaria -geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinos.
Em declarações ao jornal Al Quds, o repórter da Rádio Monte Carlo Internacional destacou que o objetivo é intimidar os comunicadores.
Por sua vez, o escritor e analista Suleiman Bsharat insistiu em que qualquer ameaça que exponha a falsidade da narrativa israelita torna-se um alvo direto.
O jornalista Murad Al-Sabaa falou de forma semelhante, afirmando que o país vizinho segue uma estratégia para impedir a publicação de fatos que documentem os seus crimes na Faixa e no Líbano.
Desde o início das suas operações em Gaza, o Exército israelense atacou e empastelou dezenas de sedes de instituições jornalísticas, incluindo os escritórios da Al Jazeera, da Palestina TV, da agência de notícias Maan, bem como dos jornais Al Quds e Al Ayyam.
Este ano, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura concedeu aos jornalistas palestinos que cobrem o conflito o Prêmio Guillermo Cano em reconhecimento pelo seu trabalho.