Israel violou 800 vezes o acordo de cessar-fogo, denuncia resistência palestina

Mediadores apontaram que “36% das vítimas fatais eram crianças, 15% mulheres, 4% anciãos e 37% homens civis”

Postura do governo Netanyahu foi “flagrante, ultrajante e escandalosa” ao assassinar mais de 400 palestinos e pôr em perigo a manutenção do acordo, afirma o Hamas. Mediadores assinalam que o lado palestino cumpre integralmente o cessar-fogo

O lado palestino cumpriu integralmente o cessar-fogo, acordado em 10 de outubro, enquanto o regime israelense o violou de forma “flagrante, ultrajante e escandalosa”, denunciou Ghazi Hamad, da direção do movimento de resistência Hamas.

Hamad esclareceu que o movimento “não empreendeu nenhuma ação que violasse o acordo e cumpriu integralmente todos os seus compromissos”, ao mesmo tempo em que Israel transgrediu ao menos 813 vezes o que havia assinado, assassinando 400 pessoas em Gaza, mais de 95% deles civis, e deixando cerca de 1.100 feridos, “exterminando famílias inteiras”.

As violações de Israel incluíram execuções, ataques armados contra civis, bombardeios, ataques direcionados e assassinatos, além de cruzar a “linha amarela” e obstruir a ajuda humanitária sob o pretexto de que seria usada para “outros fins”.

De acordo com o movimento, os números das vítimas fatais falam por si: 36% eram crianças, 15% mulheres, 4% anciãos e 37% homens civis. “De fato, apresentamos seus nomes e idades, o que mostrou claramente que os assassinatos visavam deliberadamente civis”, reiterou o Hamas. “Israel violou o cessar-fogo 25 vezes por dia”, e também ocultou informações sobre prisioneiros e pessoas desaparecidas, afirmou a representação.

Além disso, o acordo previa a formação de um comitê de investigação para eventuais violações, mas Israel “também não cumpriu essa promessa”.

A fim de assegurar a paz, o Hamas apelou aos mediadores – em particular ao governo dos Estados Unidos – para que “trabalhem para obrigar Israel a respeitar e a cumprir o cessar-fogo”.

O dirigente do Hamas alertou também para o fato da situação da ajuda humanitária estar sofrendo “severas restrições” por parte das tropas israelenses, sob a falsa justificativa de um suposto desvio de suprimentos para continuar impedindo a entrada de itens – primordiais para a sobrevivência em meio ao rigor do inverno e das tempestades. Vale lembrar, enfatizou, serem utensílios básicos, alimentos, medicamentos, e até mesmo barracas de abrigo que continuam sendo manipulados como “instrumento de pressão” e chantagem contra a população indefesa de Gaza.

A denúncia é ampliada por fontes internacionais que alertam para a gravidade de milhares de toneladas de ajuda humanitária – pertencentes a organizações e instituições como a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) – continuarem retidas nas fronteiras por Israel.

As autoridades de saúde palestinas reforçam o alerta, apontando um aumento de doenças infecciosas respiratórias e digestivas em crianças, em meio a ataques do Estado sionista e a uma situação crítica de assistência de primeiros socorros como resultado do genocídio, que destruiu grande parte dos centros médicos da nação árabe.

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