
Centenas de israelenses se manifestaram no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, na noite desta quarta-feira, antes da partida do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para participar da Assembleia Geral da ONU em Nova York, dizendo que seu lugar é na cadeia e exigindo o retorno imediato dos reféns e o fim da agressão a Gaza.
Os manifestantes seguravam cartazes exigindo que o premiê vá “para a cadeia” e agitavam bandeiras israelenses e segurando também fotos dos ainda reféns em Gaza. Um manifestante apareceu em uma performance usando uma máscara de Netanyahu e roupas laranja de prisão.
Israel estima que, dos 48 ainda lá, 20 estão vivos, enquanto cerca de 11.100 palestinos estão detidos em prisões israelenses, sofrendo tortura, fome e negligência médica, o que causou a morte de muitos, de acordo com relatos da mídia e de organizações de direitos humanos palestinos e israelenses.
O Governo palestino confirmou repetidamente sua disposição de chegar a um acordo parcial ou abrangente de troca de prisioneiros, mas o exército genocida israelense tem intensificado os bombardeios na Cidade de Gaza, e anunciou o recrudescimento de mobilização “em todas as frentes”, após sabotar todas as tentativas de acordo com o Hamas.
Netanyahu deve discursar na Assembleia Geral da ONU em Nova York na sexta-feira (26) e se encontrará com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca na segunda-feira, de acordo com o jornal israelenses Yedioth Ahronoth.
No ano passado, já em meio ao genocídio em Gaza, Netanyahu foi recebido com vaias e retirada massiva de delegados do plenário da Assembleia Geral da ONU:
SOB FORTE PRESSÃO, TRUMP ENCONTRA LÍDERES ÁRABES
Na noite de quarta-feira, o jornal americano Político, citando seis fontes, assinalou que Trump se encontrou com líderes árabes à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, tentando amenizar a crescente pressão internacional contra o genocídio na Palestina.
De acordo com as fontes, a delegação dos EUA presente na reunião de Trump com os líderes árabes apresentou um documento descrevendo o plano do governo para encerrar a guerra de Gaza, que também incluía uma promessa de que Israel não anexaria a Cisjordânia, após ameaças de ministros israelenses de anexar o território ocupado em resposta ao reconhecimento internacional do Estado palestino, assinalou a Agência Anadolu da Turquia.
Fontes médicas na Faixa de Gaza anunciaram, na quinta-feira (25), que o número de mortos em ataques israelenses no território desde 7 de outubro de 2023 chegou a 65.502 e 167.367 feridos.
Nas últimas 24 horas, 83 pessoas foram mortas e 216 ficaram feridas, transportadas para os poucos hospitais que ainda funcionam em Gaza. Entre elas, 7 mortes e 50 feridos estavam relacionados à fome imposta por Israel, elevando o total para 2.538 mortes e mais de 18.581 feridos devido ao bloqueio de alimentos.
CONSENSO POR CESSAR-FOGO IMEDIATO
À medida que a 80ª Assembleia Geral da ONU continua esta semana, com líderes mundiais reunidos em Nova York até o próximo sábado, um importante consenso está surgindo sobre a crise em curso em Gaza.
Chefes de Estado e diplomatas de alto escalão fizeram apelos urgentes por um cessar-fogo imediato, acesso humanitário irrestrito e proteção de civis em meio ao que muitos chamam de uma das mais graves catástrofes humanitárias da história.
Vários líderes, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, a ministra das Relações Exteriores da Eslovênia, Tanja Fajon, e vários líderes árabes descreveram a situação em Gaza como “genocídio”.
As sessões de segunda a quarta-feira ressaltaram a crescente preocupação com as operações militares de Israel, a devastação sistemática em Gaza e o crescente ímpeto internacional pelo reconhecimento formal de um Estado palestino como pedra angular para a estabilidade regional e a paz duradoura.
Os líderes também destacaram as implicações mais amplas para as leis globais, a segurança e as normas humanitárias.