“A Itália não reconhece Guaidó como presidente da Venezuela porque nos opomos absolutamente ao fato de que um país ou um grupo de países terceiros possam determinar a política interna de outro país. Isso se chama princípio da não ingerência e é reconhecido pela Organização das Nações Unidas”, afirmou o subsecretário de Relações Exteriores, Manlio Di Stefano, em entrevista à emissora de televisão italiana Tv2000, nesta quinta-feira (31).
Di Stefano, que pertence ao partido Movimento 5 Estrelas (M5S), que governa a Itália em coalizão com a Liga anunciou o posicionamento do país sobre a situação ao comentar a abstenção dos deputados dos dois partidos na votação do Parlamento Europeu que reconheceu Guaidó como presidente interino.
“O maior interesse que temos é evitar uma guerra na Venezuela. Evitar que cometam o mesmo erro já cometido na Líbia e que agora todos reconhecem. Devemos evitar que ocorra o mesmo na Venezuela”, explicou o diplomata italiano.
Mas essa posição não é unânime dentro no governo italiano. Ao mesmo tempo, o chanceler italiano, Enzo Moavero Milanesi, disse, na quarta-feira (30), que compartilha da visão da União Europeia sobre a crise venezuelana e que apoia a realização de novas eleições no país.
Na Europa, França, Alemanha, Holanda e Espanha deram um prazo de oito dias, desde 26 de janeiro, para que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocasse novas eleições. Caso contrário, afirmaram que vão reconhecer a presidência interina de Guaidó.
Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela se autoproclamou “presidente interino” do país diante de um comício em Caracas, no dia 23. O presidente da AN, um desconhecido até o dia 5 de janeiro quando assumiu o cargo de presidente da casa legislativa venezuelana, fez um juramento não convencional, sem a presença de qualquer órgão superior do país, nem diante da própria Assembleia, mas no comício.
Recebeu imediato apoio dos Estados Unidos e, minutos depois, foi seguido por Jair Bolsonaro e os outros submissos governos da Colômbia, Argentina, Peru, Guatemala e Costa Rica. O Canadá também seguiu os passos traçados pela Casa Branca.