A invasão ocorreu na noite de sexta-feira (5) e teve como objetivo a prisão de Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, que estava asilado na embaixada mexicana no país
O governo brasileiro condenou nesta sábado (6) a invasão da polícia equatoriana à embaixada do México em Quito. O Itamaraty ressaltou que o episódio abre um “grave precedente”. “A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização. O governo brasileiro manifesta, finalmente, sua solidariedade ao governo mexicano”, diz a nota do Itamaraty.
Na nota, o Ministério das Relações Exteriores ressaltou ainda que a ação viola a Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. As normas estabelecem que os locais de uma missão diplomática são invioláveis. Segundo o tratado, a entrada de agentes de estado dentro desses locais depende da autorização do chefe da missão estrangeira. Ou seja, no caso do Equador, a polícia deveria solicitar permissão ao embaixador mexicano para ingressar na Embaixada do México.
O presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também usou as redes sociais para apoiar o governo do México. “Toda minha solidariedade ao presidente e amigo Lopez Obrador'”, escreveu o presidente, em apoio ao chefe do governo do México.
Segundo a Associated Pres, os agentes arrombaram as portas externas da sede mexicana e entraram no local. A principal avenida de acesso à embaixada também foi fechada pela polícia. O encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, afirmou que houve um “atropelo ao direito internacional”. Ele também chamou o ocorrido de “inaceitável” e “barbárie”.
A invasão ocorreu na noite de sexta-feira (5) e teve como objetivo a prisão de Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador. Ele pediu asilo político na embaixada do México. O ex-vice-presidente do Equador estava na embaixada do México desde dezembro 2023. Ele alega ser vítima de uma perseguição da Procuradoria-Geral do Equador. O governo do México anunciou que suspendeu as relações diplomáticas com o país após o episódio.