A safra do lucro dos balanços dos bancos no 2º trimestre do ano demonstra resultados insensatos, com percentuais de lucratividade muitas vezes maior do que a inflação do período. A rentabilidade em torno de 20% também desafia a razão.
A soma do lucro cinco maiores bancos, no trimestre, foi de R$ 21,27 bilhões ou maior em 15,3% do que o lucro obtido no segundo trimestre do ano passado. São eles Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Itaú ficou com o maior lucro no total de R$ 6,24 bilhões, ou 3,8% acima do lucro do segundo trimestre de 2017. O Bradesco atingiu R$ 4,52 bilhões com 10% de aumento na mesma base. Já o Santander registrou um lucro de R$ 2,97 bilhões com aumento desmedido de 29,5% sobre o mesmo período do ano passado.
O Banco do Brasil com R$ 3,13 bilhões e a Caixa Econômica Federal com lucro de R$ 3,46 bilhões, divulgado por último, na segunda-feira (20) completam o resultado consolidado.
Esses resultados para os bancos repetem uma constante sucessão de lucros, que atravessam anos seguidos, mesmo nestes últimos quatro anos de estagnação da economia, na verdade, recessão aberta em 2015 e 2016.
E seguem na contra mão do encolhimento geral da economia, especialmente da indústria, do assombroso desemprego e da queda na renda das famílias.
Os dois bancos estatais vem funcionando com a mesma lógica dos bancos privados, seguindo a visão estrábica das políticas neoliberais do governo. Ao invés de se colocarem como moderadores do mercado, entram cobrando tarifas tão abusivas quanto, praticam taxas de juros nos mesmos patamares, e assim, por diante.
Se é assim, para que existem? Para os Gedeis da vida fazerem sua corrupção? Não há melhor meio de desmoralizá-los.
Mais recentemente, o Banco do Brasil vem sendo detonado, com vistas a sua privatização. Fechou centenas de agências, promoveu demissões em massa, inclusive com o Planos de Demissões Voluntárias. Obtém assim lucro imediato, mas perde participação de mercado, deixando o terreno livre para os concorrentes privados.
Sempre achei que, sem os bancos públicos, o agronegócio não teria como se financiar.
O que é verdade. O principal repassador de dinheiro para o agronegócio é o Banco do Brasil. Para a safra 2018/2019 são R$ 103 bilhões – no BB.