
A declaração de Jackie Chan, o mais conhecido ator chinês no mundo inteiro, de que “gostaria de ingressar no Partido Comunista da China”, registrada pelo jornal chinês de língua inglesa Global Times, ganhou destaque na revista Intertelas, com tradução da editora Alessandra Scangarelli Brites.
A matéria do GT é de autoria de Leng Shumei e Li Yuche. A seguir, os principais trechos.
Jackie Chan, o astro do cinema de ação de Hong Kong, disse que gostaria de ingressar no Partido Comunista da China (PCCh) em um fórum recente realizado em Pequim. O comentário, segundo especialistas, reflete o entendimento cada vez mais objetivo e racional das elites de Hong Kong em relação ao PCCh em meio à reflexão da cidade sobre sua posição e busca pelo seu desenvolvimento futuro.
Chan participou de um simpósio na quinta-feira em Pequim, que convidou profissionais do cinema chinês a falar e compartilhar suas idéias sobre o discurso de abertura do principal líder chinês em 1º de julho, o centenário da fundação do PCCh.
No evento, Chan, também vice-presidente da China Film Association, não apenas expressou seu orgulho de ser chinês, mas também demonstrou seu desejo de integrar no Partido Comunista.
“Posso ver a grandeza do PCCh e ele cumprirá o que diz e o que promete não apenas em menos de 100 anos, mas em apenas algumas décadas. Eu quero me tornar membro do PCCh”, disse Chan.
Como uma celebridade que participou da performance teatral cheia de estrelas “Jornada Épica”, dedicada a comemorar o centenário da fundação do PCCh, Chan disse que ficou impressionado com a resiliência e o espírito do Exército da Oitava Rota, a força militar que, sob a liderança do PCCh, lutou contra os invasores japoneses durante a guerra da Resistência contra a Agressão Japonesa (1931-45), e ficou tocado pela bravura dos soldados.
UM PAÍS, DOIS SISTEMAS
O artigo do Global Times sublinha que o discurso de Chan “mostra a mudança na opinião das elites de Hong Kong sobre o PCCh nos últimos anos”, segundo observou Li Xiaobing, especialista em estudos de Hong Kong, Macau e Taiwan na Universidade de Nankai em Tianjin.
“Os residentes locais em Hong Kong começaram a refletir sobre a posição e a direção do desenvolvimento da cidade desde 2017, o 20º aniversário de seu retorno à pátria. Alguns eventos importantes nos últimos anos, incluindo o lançamento do plano de desenvolvimento para Guangdong-Hong Kong–Área da Grande Baía de Macau, o ‘movimento anti-extradição’ em 2019, a pandemia Covid-19, bem como as atividades de celebração do centenário do PCCh, mostraram aos residentes de Hong Kong como diferentes gerações de membros do PCCh contribuíram e sacrificaram-se pela a revolução e pelo desenvolvimento do país“, explicou Li.
“O PCCh é o designer e operador da implementação de ‘um país, dois sistemas’. Somente quando os residentes de Hong Kong obtiverem uma compreensão objetiva e racional do PCCh, poderão compreender o princípio de ‘um país, dois sistemas’ objetiva e racionalmente e descobrir sua posição futura e direção de desenvolvimento com clareza“, Li observou.
“Este ano foi a primeira vez que Hong Kong celebrou o aniversário do PCCh em larga e aberta escala”, graças à implementação da lei de segurança nacional para Hong Kong, assinalou ainda o GT.
Segundo Lau Siu-kai , vice-chefe da Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau, “a alta atmosfera histórica e muitas atividades de celebração ofereceram aos residentes de Hong Kong, especialmente a muitos jovens, que careciam de uma imagem completa e objetiva da história chinesa moderna, e aqueles que foram enganados por manifestantes radicais para participarem de protestos violentos em 2019, uma oportunidade de aprender sobre o país e o PCCh”.