A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara, repudiou a denúncia do Ministério Público Federal de Brasília (MPF-DF) contra o jornalista o jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil.
Greenwald recebeu as informações e publicou uma série de reportagens baseadas nos diálogos envolvendo a força-tarefa da Operação Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública.
Jandira assinalou pelo Twitter que o indiciamento do jornalista é uma “grave ameaça à liberdade de imprensa no Brasil”. “Sem ser investigado, Glenn é denunciado sob acusação de invadir celulares”, observou Jandira.
A inclusão do jornalista na denúncia, do procurador da República, Wellington Divino de Oliveira, contrariou inclusive o relatório da Polícia Federal sobre o caso, feito pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que sublinhou que não foi possível identificar ações de Glenn.
“Pelas evidências obtidas até o momento, não é possível identificar a participação moral e material do jornalista Glenn Greenwald nos crimes investigados. Do mesmo modo, em relação ao crime de receptação, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, para a configuração do tipo penal, o objeto material do crime deve possuir valor econômico intrínseco, o que não é verificado no caso”, escreveu Zampronha.
“Absurdos na caçada ao jornalista”, protestou a deputada. “Procurador do MPF ignorou relatório da Polícia Federal que descartava @ggreenwald como cúmplice das ações de hacker”, frisou.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também condenou a ação do MPF. “Felizmente ocorre ampla reação ao disparatado pedido de indiciamento de @ggreenwald por fazer jornalismo. Inúmeras lideranças políticas e jurídicas já repudiaram a aberração feita pelo MPF. E há quem continue tapando os olhos para a necessidade da frente ampla democrática”, declarou.
A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) prestou solidariedade ao jornalista. “Minha total solidariedade ao jornalista Greenwald diante da denúncia do MPF. A Polícia Federal após longa investigação declarou que Glenn não cometeu nenhum crime e que agiu com muita cautela. Estamos diante de um forte ataque à liberdade de imprensa!”, assinalou.
Para a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) a liberdade de imprensa está “em risco no Brasil!”. “A ação do MPF contra @ggreenwald é criminalização do trabalho jornalístico. Sergio Moro, assim como membros do MPF e setores do judiciário, não aceitam que seus podres tenham sido expostos pela #VazaJato”, disse a parlamentar no Twitter.