O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, na quarta-feira (8), que o e-mail do ex-procurador Marcello Miller sobre a JBS “é a prova absoluta de que nós não tínhamos nenhum acerto”. “Tanto que ele instruía as pessoas sobre eventuais obstáculos que nós faríamos e como eles deveriam superá-los”, apontou.
O e-mail, enviado por Miller para a sua própria caixa eletrônica em 9 de março, contém instruções de como os executivos da JBS deveriam negociar o acordo de colaboração premiada com a PGR.
Janot reiterou que as denúncias que apresentou contra Michel Temer foram técnicas e criticou a forma como elas foram tratadas na mídia. “O fato de o presidente da República ter praticado mais de um crime, no exercício da presidência, não é notícia. A notícia é que um dos ‘braços direitos do procurador’ instruiu a JBS a se comportar desta ou daquela maneira. Esta é a coerência de se comparar, como pares, sorveteiros e esquimós. Os dois mexem com gelo”, disse o ex-procurador.
“Quando surgiu a omissão no acordo da JBS, a iniciativa de rescindir o acordo foi minha. A suspensão dos benefícios foi minha. Eu denunciei essas pessoas e pedi a prisão e eles estão há dois meses presos. Pedi a prisão do meu colega e o ministro Fachin não deu. Aí, por que ele não deu, já vi dizerem que o pedido de prisão foi meia bala. Como um pedido é meia bala no STF?”, completou.