O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão caiu -7,9% entre abril e junho, em comparação com o primeiro trimestre deste ano, devido aos impactos da covid-19.
O resultado negativo foi informado pelo governo japonês na última terça-feira (8). A terceira maior economia do mundo está em recessão, registrando a terceira queda trimestral consecutiva do PIB. No primeiro trimestre a queda foi de -0,6% e de outubro a dezembro de 2019 já tinha sido de -1,9%.
Essa é a queda trimestral mais expressiva do PIB japonês desde o início do registro dos dados comparativos em 1980. O declínio não foi maior porque o governo adotou um pacote de medidas de estímulo de 2 trilhões de dólares, que incluem 100.000 ienes (aproximadamente US$ 1000) para cada residente no país, e realizou um programa de afrouxamento monetário pelo seu Banco Central.
O Japão também teve que lidar nesse período com o adiamento das Olimpíadas 2020, que trouxe impactos econômicos negativos para o país, e que ainda corre risco de cancelamento. No segundo trimestre, as atividades tiveram uma contração por conta do estado de emergência decretado no país em abril e maio, e o consumo teve diminuição de 8,6% no período.
O investimento público registrou contração no primeiro trimestre, mas aumentou 1,2% entre abril e junho. No setor externo, as exportações caíram 18,5% e as importações 0,5%. Ainda que grande, a queda no PIB do Japão foi menor que a queda no PIB norte-americano, que teve um tombo de 9,5% no segundo trimestre, marcando o pior desempenho da economia americana desde o início dos registros em 1947.
O Japão atualmente tem 72 mil casos e quase 1.400 mortes provocadas pelo novo coronavírus. Os Estados Unidos – onde Trump negligenciou a pandemia, tratou o uso da máscara com desdém, propagandeou desde a cloroquina até ideias esdrúxulas como a ingestão de detergentes – tiveram mais de 6,3 milhões de casos e mais de 190 mil mortes.
O Japão passa no próximo dia 14 de setembro pela escolha de seu novo primeiro-ministro, a ser eleito na disputa da liderança do partido governista. O chefe de gabinete, Yoshihide Suga, que lidera a disputa para se tornar o próximo premiê, já sinalizou que pretende aumentar os gastos públicos se passar a liderar o país.