“Japão deve ficar neutro, não apoiar Ucrânia para agradar EUA”, diz ex-premiê Hatoyama

Yukio Hatoyama defende mudança na abordagem do atual governo em relação ao conflito na Ucrânia. (SputnikArtem/Kreminsk)

O ex-primeiro-ministro japonês ponderou que a atual elite no poder em seu país deveria adotar uma postura mais equilibrada para construir relações de diálogo e aproximação com a Rússia

“Acho que a atitude do governo japonês em relação à Rússia está errada ao ver o país como inimigo”, afirmou o ex-primeiro-ministro, Yukio Hatoyama, condenando nesta sexta-feira (9), em Tóquio, a política de alinhamento aos Estados Unidos e apoio à Ucrânia.

Ao lado de cerca de 40 lideranças e representantes de Estados que visitaram a Embaixada russa no Japão, antecipando-se às comemorações do Dia da Rússia, datado em 12 de junho, próxima segunda-feira, Hatoyama lembrou que “várias discussões, inclusive sobre questões territoriais” contribuíram para “a melhoria das relações e pensei que traria a solução desse problema para mais perto”.

“No entanto, atualmente o Japão, em obediência aos EUA, está quase dando apoio militar à Ucrânia. Então está apoiando a Ucrânia e olhando para a Rússia como uma inimiga. Como resultado, a amizade que tínhamos até agora está se deteriorando e lamento profundamente por isso”, assinalou.

Em entrevista à Sputnik, o ex-primeiro-ministro japonês ponderou que a atual elite no poder em seu país deveria adotar uma postura mais equilibrada para construir relações de diálogo e aproximação com a Rússia em vez de partir para o confronto.

“Acho que é necessário formular uma política com um ponto de vista mais correto. A administração de Kishida, assim como a mídia japonesa que fica do lado do governo, está empenhada em apoiar a Ucrânia, mas acho que eles deveriam ter abordado o problema com uma atitude mais neutra”, assinalou.

Desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o governo japonês já sancionou um total de 700 pessoas, incluindo 311 indivíduos das novas regiões da Rússia e 207 empresas.

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Uma resposta

  1. Gostei da reportagem, é acho sinceramente que o Japão deveria ficar neutro. Não entra nessa dos EUA, que quer envolver não só o Japão como outros países, inclusive tentou envolver o Brasil.

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