“Jerusalém é palestina!”, exigem nas ruas os manifestantes de Paris e Berlim a Jacarta; do Egito à Jordânia, Turquia, Irã, Líbano, Iêmen, Malásia, Afeganistão, Paquistão, Marrocos etc
Assim como praticamente todos os líderes do planeta repudiaram o anúncio do presidente Trump na semana passada de reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e mudança para lá da embaixada dos EUA, no mundo inteiro multidões foram às ruas em rechaço ao apartheid e apoio à libertação da Palestina.
“Jerusalém é palestina”, exigem os manifestantes, de Paris e Berlim a Jacarta, passando pela Egito, Jordânia, Turquia, Irã, Líbano, Iêmen, Malásia, Afeganistão, Paquistão, Marrocos, Tunísia, Somália e Sudão. Conforme resoluções do Conselho de Segurança da ONU, Jerusalém Leste é território ocupado desde 1967, cabendo ao acordo definitivo de paz determinar o status final da cidade. Nenhum país até hoje colocou sua embaixada em Jerusalém.
Desde o anúncio, não param os confrontos entre os palestinos e as tropas de ocupação, em Jerusalém Leste, Belém, Hebron, Nablus, Ramallah e Faixa de Gaza, já havendo dois mortos e mais de 1300 feridos. Os manifestantes queimaram pneus e atiraram pedras nos três dias de fúria e foi realizada uma greve geral.
Conforme as preces de sexta-feira terminaram na mesquita de Al Aqsa em Jerusalém, os crentes abriram caminho para os portões da Cidade Velha murada, cantando “Jerusalém é nossa, Jerusalém é nossa capital” e “Não precisamos de palavras vazias, precisamos de pedras e Kalashnikovs”.
Ataques da aviação israelense contra Gaza, a pretexto do disparo de rojões contrárAios, feriu 21 civis, inclusive seis crianças. O Hamas pediu uma “Terceira Intifada”.
Na Europa, as principais manifestações de solidariedade aos palestinos, com bandeiras e faixas, e repúdio a Trump foram em Paris e Berlim. O ato em Dusseldorf foi nas imediações do consulado dos Estados Unidos.
No Cairo, capital do Egito, uma multidão se reuniu na mesquita de Al-Azhar – principal centro de doutrina sunita do mundo árabe – e no seu pátio cantou “Jerusalém é árabe! Trump, louco, o povo árabe está em toda parte!”
Em Beirute, Líbano, manifestantes cercaram a embaixada norte-americana, enfrentando as tropas de choque, queimando pneus e arremessando detritos sobre a instalação. Em Amã, capital da Jordânia, dezenas de milhares marcharam.
Grandes multidões foram às ruas em Teerã, capital do Irã, queimando fotos de Trump e do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, e entoando: “Morte ao mal”, “Morte à América”.
Centenas de manifestantes protestaram diante do escritório da ONU em Khartoum, capital do Sudão, para repelir a decisão de Trump.
Ao brado de “Palestina não está sozinha”, e em meio a um mar de bandeiras turcas e palestinas, milhares de pessoas se reuniram em Istambul no domingo, apesar da chuva e fortes ventos, para protestar contra a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
“LIBERTAR A PALESTINA!”
Na capital marroquina, Rabat, dezenas de milhares de manifestantes tomaram a principal via da cidade cantando slogans, incluindo: “O povo quer libertar a Palestina” e “Morte a Israel, inimigo do povo e provocador de guerras”.
Em Jacarta, capital da Indonésia – país de maior população islâmica do mundo -, milhares protestaram diante da embaixada dos EUA, com faixas que diziam “a Palestina está em nossos corações”. Manifestantes queimaram uma bandeira de Israel.
Enquanto os manifestantes vão às ruas, no terreno diplomático não poderia ser maior o isolamento do governo Trump, com sua decisão de ignorar a lei internacional e abraçar a ocupação israelense. Na reunião do Conselho de Segurança que começou a debater a questão, o representante da Palestina afirmou que os EUA perderam qualquer qualificação para mediar o processo de paz.
Washington ficou inteiramente só na questão. Visita do chefe do apartheid Netanyahu à Europa não conseguiu demover os países europeus de seu repúdio a Trump e a seu reconhecimento de Jerusalém sionista. O que foi resumido pelo chanceler francês Jean-Yves Le Drian, segundo o qual a decisão dos EUA “foi contra o direito internacional”.
ANTONIO PIMENTA