O deputado João Campos (PSB-PE) foi eleito, na quarta-feira (27), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) responsável por investigar o vazamento de óleo que atinge, desde o final de agosto, os nove estados do Nordeste e já chegou ao litoral do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Instalada, a CPI terá como presidente o deputado Herculano Passos (MDB).
A omissão do Governo Federal e a demora para lidar com esse que, segundo o Ministério Público Federal, já é o maior desastre ambiental da história do litoral brasileiro em extensão, faz com que o trabalho do Parlamento seja ainda mais importante, conforme defendeu João Campos. O parlamentar socialista foi autor do requerimento para instalação da CPI, e teve o apoio de 267 assinaturas de deputados das 25 legendas da Câmara.
“Essa CPI tem o objetivo muito claro de proteger nosso litoral, analisar as medidas que foram tomadas e as que deixaram de ser tomadas pelas autoridades responsáveis e, ao final do trabalho, entregar uma modernização da legislação, além de punir aqueles responsáveis pelo maior desastre da costa brasileira”, garantiu o deputado pernambucano.
João defendeu um debate sereno, mas com muita resistência e rigor. Para ele, a comissão tem um papel importante de dar significado especial ao termo patriotismo. “Temos a oportunidade de fazer a defesa do nosso litoral, do nosso meio ambiente e do povo brasileiro, colocando em primeiro lugar as pessoas que foram atingidas e, em segundo plano, mas também muito relevante, os impactos econômico e ambiental”.
Presidente da Comissão de Meio Ambiente, o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) acredita que o Brasil inteiro espera uma providência adequada por parte do Parlamento. Agostinho falou da demora nas ações de contenção do óleo, da falta de estrutura para que isso fosse feito rapidamente e das medidas adotadas para impedir que ele continuasse a atingir o litoral. “Precisamos estar preparados para proteger nossos recursos naturais. Não sabemos se as providências tomadas foram as mais adequadas”.
Gervásio Maia (PSB-PB) também criticou a omissão do Governo em relação ao que chamou de crime ambiental. “Foram mais de 30 dias para o primeiro ato em relação a esse desastre. Fica muito claro que as questões ambientais não têm importância para esse Governo, mas têm importância gigantesca para o País e para o planeta, e nós devemos dar essa resposta à sociedade”.
Os deputados socialistas Gervásio Maia (PB) e Rodrigo Agostinho (SP) integram o colegiado como titulares. Marcelo Nilo (BA) e Rafael Motta (RN) também fazem parte da CPI como suplentes.
TATYANA VENDRAMINI
Reproduzido do PSB na Câmara