Para o ex-deputado João Goulart Filho, candidato a presidente do Partido Pátria Livre, o que alguns candidatos a presidente estão dizendo sobre educação “é um verdadeiro descalabro”. “A educação brasileira não merece ser tratada dessa forma tão desrespeitosa”, disse ele. “O Bolsonaro está insinuando que vai implantar educação à distância no ensino básico porque, segundo ele, é mais barato. Isso é um desrespeito às nossas crianças e ao país. Nós temos é que aumentar os investimentos para melhorar a educação pública”, argumentou.
“O desequilibrado deputado ainda tentou desqualificar o método de combate ao analfabetismo que foi implantado no governo de meu pai, na década de sessenta, e que é reconhecido no mundo inteiro”, destacou Goulart. “Repetindo o surrado bordão udenista, Bolsonaro destilou a ideia absurda de que o combate ao analfabetismo da época de Jango, “era coisa de subversivo”. Naquela época o índice de analfabetismo no Brasil atingia 39% da população adulta. “O que ele queria é manter aqueles altos índices de analfabetismo”, disse Goulart. Bolsonaro prometeu também acabar com as aulas presenciais para “evitar a subversão”. “Não parece coisa séria”, disse o presidenciável do PPL.
“Pode ser para o ensino fundamental e médio, até universitário. Todos a distância… Pode ser, depende da disciplina. [Ensino] fisicamente é em época de prova ou então em aulas práticas”, tentou explicar o deputado do PSL, que, recentemente, defendeu a internacionalização da Amazônia e foi fotografado e filmado reverenciando a bandeira dos EUA.
“Ao contrário de Bolsonaro, que quer tirar os professores das salas de aula, eu defendo valorizar os professores, que hoje recebem salários incompatíveis com a sua importância na sociedade. Defendo aumentar os recursos para a educação”, afirmou João Goulart. “Temos que incentivar os professores e não acabar com eles”, destacou Goulart.
“Nós temos que fazer valer a decisão de destinar 10% do PIB para a educação. Temos que garantir que esse dinheiro vá para o ensino público, para termos uma escola de tempo integral. Hoje só 16% das escolas do país são de tempo integral. Quem quer falar coisa séria em educação tem que instituir o ensono em tempo integral. Com a mulher ocupando o mercado de trabalho, a criança tem que ter mais poio da escola para aprender”, defendeu Goulart Filho.
“Esse assunto não pode ser tratado dessa maneira irresponsável e ligeira como quer Bolsonaro”, acrescentou. “Ensino à distância é coisa séria. Não pode ser usado para “baratear” custos, como ele quer. Tem que ser complementar ao ensino presencial. “As universidades privadas estão usando esse método como forma de baratear seus custos. Isso é um desastre”, disse João Goulart. “É um projeto de destruição de nossa educação”, salientou o presidenciável do Pátria Livre.
O filho de Jango também criticou o candidato tucano. “O ex-governador de São Paulo e candidato do PSDB e dos partidos do centrão, Geraldo Alckmin, defendeu o fim da pós-graduação pública. Essa medida vai golpear nossa pós-graduação e prejudicar nossa ciência e tecnologia”, denunciou. “Agora mesmo Temer ameaçou cortar as bolsas dos pesquisadores pós-graduandos. Cerca de 200 mil bolsistas estão ameaçados de perder seu sustento em 2019. Isso é inadmissível. Uma inversão total de prioridades, porque Temer corta bolsa para pagar juros”, disse João Goulart.
“Nosso ensino superior também está sendo muito maltratado pela política neoliberal. Hoje temos 8 milhões de alunos no ensino superior. Destes apenas 1,9 milhão está nas universidades públicas. A grande maioria está estudando em escolas privadas de baixa qualidade, que são subsidiadas pelo governo. Só um grupo americano, Kroton, tem mais alunos matriculados do que todas as universidades públicas. Isso é um absurdo”, observou o presidenciável do PPL.
“Não podemos continuar subsidiando com dinheiro público essas escolas privadas de baixa qualidade. As privadas que proliferaram nos últimos anos, com os subsídios públicos, são administradas por especuladores que só pensam em lucros fáceis em detrimento da qualidade do ensino. O que Alckmin está propondo destruir o ensino público e gratuito, começando pela privatização da pós-graduação”, denunciou Jango.