O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre, se reuniu com o professor Walter Neves, um dos mais renomados pesquisadores brasileiros, para discutir a crise da ciência brasileira e os caminhos para sua superação. O encontro, que contou com a pós-graduanda da USP, Mariana Moura, ocorreu na quinta-feira (5) no escritório do presidenciável em São Paulo. João Goulart disse que uma das medidas que defende é a volta do Ministério da Ciência e Tecnologia, que foi enfraquecido e anexado por Temer ao Ministério das Comunicações.
Walter Neves, que é biólogo, arqueólogo, professor da USP e antropólogo evolutivo brasileiro, responsável pelo estudo de Luzia – o esqueleto humano mais antigo do continente americano -, e que também pretende disputar um cargo na Câmara Federal, avaliou que as verbas destinadas à pesquisa científica no Brasil são insuficientes. “Os projetos de pesquisa ficam ameaçados e muitos deles se inviabilizam por falta de recursos”, apontou o cientista. “Hoje nós defendemos que o Brasil defina uma elevação anual de recursos até chegar a 3,5% do PIB para a ciência e tecnologia”, defendeu Neves.
João Goulart apoiou a iniciativa de Walter Neves de disputar uma cadeira no parlamento e foi categórico em dizer que o país tem que valorizar mais a pesquisa científica. “Nosso país está regredindo. O parque industrial está sendo desmontado e estamos voltando a ser exportadores de produtos primários”, denunciou. “Precisamos elevar nossa capacidade de agregar valor aos produtos criados pela nossa indústria. Para isso, temos que reduzir a transferência de recursos para a especulação financeira e investirmos mais na ciência e tecnologia”, argumentou.
“Precisamos ter um cientista no parlamento, para debater nossa matriz energética, por exemplo”, defendeu Goulart. “Nossa ciência cumpre um grande papel, mas não é prestigiada e nem recebe recursos suficientes. Nossas Universidades e Centros de Pesquisa têm que ser mais valorizados. Esse é um compromisso que eu assumo com a comunidade científica”, completou Goulart. Mariana Moura e Walter Neves fazem parte do movimento “Cientistas Engajados” que luta pela valorização da pesquisa científica e pretendem se eleger, ele para a Câmara e ela para a Assembléia Legislativa de São Paulo.