O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL), denunciou o processo de desmonte da Petrobrás e afirmou que o país terá que reaver os campos de petróleo que estão sendo criminosamente entregues às multinacionais. As declarações do presidenciável foram feitas na última segunda-feira (30), em ato realizado no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, por iniciativa da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet).
A entidade dos engenheiros da estatal convidou pré-candidatos para discutir suas propostas em defesa da Petrobrás. João Goulart Filho não só prestigiou o encontro da Aepet, como se comprometeu com todos os pontos levantados pelos funcionários da empresa. “Nós não concordamos com a política de desinvestimento que está fatiando a Petrobrás para entregá-la aos grupos internacionais. Nós dizemos em alto e bom som para que eles tirem as mãos da nossa Petrobrás”, afirmou Goulart.
Ele lembrou que a Petrobrás foi uma conquista de Getúlio Vargas e do trabalhismo e que foi fundamental para o desenvolvimento do país. “Tanto a Petrobrás de Getúlio quanto a Eletrobrás, que foi viabilizada no governo de Jango, e que agora estão querendo entregar, foram decisivas para o processo de industrialização e desenvolvimento do país”, observou. “Com isto, o povo brasileiro conquistou o direito de decidir sobre seu destino, sua economia e sua independência”, acrescentou o pré-candidato do PPL.
O presidenciável criticou a política de preços da Petrobrás e observou que “uma das motivações para a derrubada de Jango foi a assinatura do decreto de outorga do monopólio para a Petrobrás, não somente para a extração, mas também para o refino”. “Se não for para refinar aqui para que servem as nossas refinarias”, indagou o candidato, ao criticar a importação de derivados. Em seu discurso, João Goulart destacou que “o governo não só está entregando as riquezas do país, como está destruindo também os direitos sociais e trabalhistas tão caros ao nacionalismo brasileiro”. “Vamos rever toda essa legislação anti-povo que está em curso no Brasil”, afirmou.
Estiveram presentes ao evento, ex-diretores da Petrobrás, dirigentes do Clube de Engenharia, da Aepet, lideranças dos petroleiros, sindicalistas, líderes políticos e pré-candidatos a deputado e ao Senado. Todos defenderam o documento em prol da Petrobrás e condenaram a privatização dos campos do pré-sal, iniciada com a entrega do Campo de Libra e, agora, continuada com os leilões das áreas de cessão onerosa, pertencentes à Petrobrás.