João Goulart Filho, candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL), criticou, nesta segunda (01), as propostas de ataque à Previdência, que, mesmo tendo sido repudiadas pela sociedade, estão de volta nas campanhas de certos pretendentes ao Planalto. “O povo derrotou a tentativa do governo Temer de fazer a reforma da Previdência, que tinha como objetivo dificultar o acesso dos trabalhadores à aposentadoria e reduzir o seu valor. É inadmissível que se queira agora privatizá-la, através do modelo de capitalização”, disse Goulart.
“Esse retrocesso, ao qual aderiram Ciro e Marina, significa o fim da Previdência Social pública no Brasil”, alertou o presidenciável. “Eles querem tirar do Estado a gestão da Previdência e pretendem suspender as contribuições sociais. Depois de afastar o Estado, eles vão entregar os recursos recolhidos de trabalhadores e empresários para a gestão de bancos e fundos de especulação”, denunciou. “O que eles pretendem”, destaca Goulart, “é que cada trabalhador abra a sua carteira de aposentadoria e os bancos privados passem a especular com o dinheiro ali depositado”.
“O resultado disso é que não haverá mais garantia de nada. Os bancos passarão a especular livremente com os recursos das aposentadorias em busca de ganhos na ciranda financeira. Um sistema baseado no trabalho passará a ser baseado na especulação. Toda a Seguridade Social será desmontada. A proposta simplesmente acaba com o INSS. É a privatização pura e simples da Previdência”, denunciou o candidato.
“O esquema não foi elaborado pelos candidatos que estão badalando a ideia. Ele veio de fora. É de autoria do Banco Mundial. Alguns dos candidatos que aderiram ao ideário banqueirista, copiaram o texto exatamente como o Banco Mundial redigiu. Ou seja, não se deram nem ao trabalho de redigir a proposta”, afirmou. “Simplesmente copiaram e colaram. E o mais escandaloso é que eles não falam nada sobre o fato de que, onde foi implantada a proposta, como no Chile, por exemplo, foi um desastre”, alertou João Goulart Filho.
“Nossa proposta vai no sentido totalmente oposto a todo esse receituário neoliberal”, destacou Jango Filho. “Nós estamos convencidos que o Brasil só sai dessa profunda crise econômica em que foi mergulhado, se enfrentarmos a gravíssima desigualdade social que impera em nosso país e investirmos no crescimento do mercado interno”, prosseguiu. “Isso se faz com aumento de salários e aposentadorias. Além de aumentar o salário mínimo, que é um dos menores do mundo, vamos aumentar o poder de compra também das aposentadorias. Por isso vamos fortalecer a Previdência Pública”, acrescentou Jango Filho.
Goulart disse que “em nosso programa propomos extinguir o Fator Previdenciário e a Fórmula 85/95 criados nos últimos governos unicamente para reduzir o valor das aposentadorias”. “Vamos proibir o governo de seguir desviando contribuições constitucionais da Seguridade Social para outros fins. Será necessário revogar o teto do INSS (R$ 5.579,06) para aposentadorias do setor privado e público. O objetivo é investir na ampliação do mercado interno”, adiantou.
“O que pretendemos mesmo é que o país volte a ser regido pelas normas da Constituição Cidadã de 1988 – que, por sinal, está fazendo trinta anos esta semana – e que vem sendo mutilada pelos governos do PSDB, PMDB e PT. Vamos revogar todas as emendas e leis previdenciárias de FHC, Lula, Dilma e Temer e formalizar em lei a participação da Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP) nas negociações sobre o valor das aposentadorias e pensões”, prometeu. “Nosso objetivo é ampliar os direitos dos trabalhadores e não reduzi-los como estão propondo esses candidatos”, observou João Goulart.
SÉRGIO CRUZ