“Tenho muito orgulho de ter sido indicado para concorrer à Presidência da República pelo meu partido, o Partido Pátria Livre. E vamos levar essa luta com muita determinação para podermos promover as mudanças que o povo brasileiro tanto deseja. Vamos fazê-lo com entusiasmo e com o espírito nacionalista e democrático”, afirmou o ex-deputado João Vicente Goulart, pré-candidato a presidente pelo PPL, em entrevista neste sábado ao jornalista Djansen de Lima, da Rádio Educadora de Piracicaba, interior de São Paulo. João Vicente foi recebido pelas lideranças locais do PPL e falou também com o repórter Alexandre Neder, no programa “Neder Especial”.
O filho do saudoso ex-presidente Jango, derrubado por um golpe pró-imperialista, diz que pretende retomar o projeto de nação e as reformas progressistas conduzidas por seu pai e que foram interrompidas pelo golpe de 1964. “É claro que o momento é outro, mas muitas das questões que eram debatidas naquela época são necessárias hoje, como a reforma bancária, a limitação da remessa de lucros, a reforma agrária, a urbana e a reforma tributária, taxando menos o holerite e mais a propriedade e a fortuna”, defendeu João Vicente.
Sobre as reformas trabalhista e da Previdência, o pré-candidato garantiu que, em relação à primeira, vai revogá-la. “Isso é posição partidária”, garantiu. Em relação aos ataques à CLT, ele foi categórico. “Não podemos, a pretexto de modernizar a produção, retirar direitos dos trabalhadores. Isso é inadmissível. Não aceitaremos os retrocessos e vamos revogar tudo isso”, afirmou o ex-deputado. Sobre a Previdência, João Vicente observou que somente aceita reformas que “ampliem os direitos dos trabalhadores e dos aposentados”.
“Precisamos enfrentar a especulação financeira. Chega desse modelo rentista que tantos prejuízos está causando ao Brasil”, apontou o pré-candidato. Na entrevista, ao responder a uma pergunta se ele, filho de Jango, não se sentia constrangido ao levantarem semelhanças entre o golpe de 64, que derrubou seu pai, segundo o repórter, ‘aquele sim um golpe’, e o impeachment de Dilma, João Vicente disse que são muitas as diferenças. Ele fez questão de dizer que respeita muito a democracia e as diferenças ideológicas que existem na sociedade. João Vicente defendeu que todas as visões devem conviver na democracia. O pré-candidato citou o exemplo do Bolsonaro. “Se ele quer defender um projeto fascista, que o faça”, observou.
João Vicente também destacou que as diferenças com o PT são grandes. “Eles achavam que Getúlio era fascista, que nós éramos pelegos e que Brizola era caudilho”, lembrou João Vicente. Depois o Lula quis começar suas caravanas lá por São Borja, mas eles nos atacavam muito. Agora, eles querem assumir esse discurso que é nosso. Estão atrasados, mas isso é um problema deles. O discurso agora é todo nosso, porque os direitos que os trabalhadores estão perdendo são todos eles do nosso tempo, do tempo de Getúlio e Jango. Carteira assinada, 13º salário, férias e repouso remunerado, tudo isso foi criado por Getúlio, por Jango e pelos trabalhistas. Nada disso é do tempo do PT. O PT não fez o confronto com o sistema financeiro”. “Não confrontaram também com o latifúndio”, acrescentou o pré-candidato do PPL à Presidência da República.
Ao comentar as denúncias de corrupção, João Vicente disse que esse é um dos males que mais afligem a política brasileira. O ex-deputado creditou o problema ao controle que o poder econômico passou a e exercer sobre os políticos. “O sujeito pega dinheiro com as empresas e depois o seu mandato não pertence mais ao povo que o elegeu, mas sim à empresa que o financiou”. “É necessária uma mudança no acesso da população ao parlamento”, defendeu. Perguntado sobre a Lava Jato, João Vicente disse que ela é um instrumento imprescindível para o combate à corrução.
Democracia e liberdade é a separação e equilíbrio dos 3 poderes. Incluir na campanha a separação dos três poderes: empresa, governo, trabalho. Isentando todas as empresas e tributando com base no consumo anual da pessoa física. Quem paga tributos ou salários no Brasil? Empresa? Governo? Não, quem paga é o consumidor. Exemplo: pagamos a previdência duas vezes uma no holerite + folha (32%) e outra na compra de um produto ou serviço, quando consumimos, a previdência não é contabilizada a nosso favor, perdemos de 5 a 10 anos de aposentadoria.
Bem, se você quer pagar impostos no lugar das empresas, tudo bem. É um direito seu. O povo é que não vai gostar muito da ideia. Com razão.