O presidente Lula condenou o massacre contra palestinos que Israel está fazendo na Faixa de Gaza.
“Jogar bomba onde tem criança e onde tem hospital a pretexto de que um terrorista está lá não tem explicação”, disse o presidente.
Para Lula, a primeira coisa que precisa ser feita é “salvar as crianças e as mulheres”. Em menos de dois meses, 4.600 crianças palestinas morreram.
“A quantidade de mulheres e crianças que já morreram e a quantidade de crianças desaparecidas a gente não tem conhecimento em outra guerra”, falou.
Segundo Lula, o governo de Israel está “matando inocentes sem nenhum critério”. Desde o dia 7 de outubro, Israel já matou mais de 12 mil palestinos com suas bombas lançadas contra a Faixa de Gaza. Em uma só bomba lançada contra o Hospital al-Ahli, Israel matou mais de 400 pessoas. Para o presidente brasileiro, “a solução do estado de Israel é tão grave quanto foi a do Hamas”.
RESGATE
Na cerimônia, celebrou o resgate de 32 brasileiros que estavam presos na Faixa de Gaza porque Israel não permitia a abertura da passagem de Rafah, que liga o território ao Egito.
O presidente disse que é um “dia muito feliz” porque as famílias chegarão de volta ao Brasil, mas ressaltou que houve “muito sacrifício” para o resgate, uma vez que “dependia da boa vontade de Israel”.
A previsão é de que os 32 brasileiros pousem em Brasília durante a noite desta segunda (13), com recepção do presidente Lula.
Lula falou que o corpo diplomático brasileiro vai continuar buscando pessoas na zona de guerra para conseguir trazer de volta para o país. “Nós não vamos deixar nenhum brasileiro ou brasileira lá se ele quiser voltar”, afirmou.
O presidente elogiou o trabalho do chanceler Mauro Vieira na Presidência do Conselho de Segurança da ONU e o esforço da Aeronáutica na Operação Voltando em Paz, que resgatou centenas de brasileiros na Palestina e em Israel.
COTAS
O presidente participou, nesta segunda-feira (13), de um evento no qual sancionou a nova Lei de Cotas.
Em discurso sobre a sanção das alterações na Lei de Cotas, Lula destacou a importância dessa medida para que os pobres entrassem nas universidades públicas do Brasil.
“O que faz cair a qualidade acadêmica é o ódio que algumas pessoas deste país têm contra a democratização do conhecimento”, declarou.
“O ódio, este que, no governo anterior, mostrou suas garras na tentativa de sucatear as universidades federais. Não conseguiram”, disse, complementando que seu governo vai dar mais apoio ao desenvolvimento da educação superior.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, que foi cotista na Universidade Federal Rural de Pernambuco, declarou que “as cotas transformaram a cara da universidade. Eu fico muito feliz de fazer parte dessa luta”.
Ela ainda defendeu a Lei Nacional de Assistência Estudantil, para que “ninguém fique para trás”.