
“Levantem o cerco, abram os portões e garantam a circulação segura e o acesso digno às pessoas necessitadas”, exigiu Philippe Lazzarini, chefe da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA)
O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, criticou duramente os lançamentos aéreos israelenses denominados de “ajuda humanitária” para Gaza, chamando-os de “custosos, ineficazes e até perigosos”, e afirmando que essas operações não revertem a fome crescente e desviam a atenção de soluções reais.
Em meio à pressão internacional em razão da crise humanitária a que o governo do genocida Netanyahu submete os moradores da região palestina, o Ministério das Relações Exteriores de Israel informou, neste sábado (26), que estava retomando o envio de alimentos para Gaza por meio de aviões e que implementaria corredores humanitários na região.
“Essas operações são uma distração e uma cortina de fumaça. A fome provocada pelo homem só pode ser enfrentada com vontade política”, disse o alto funcionário em uma publicação no X.
“Levantem o cerco, abram os portões e garantam a circulação segura e o acesso digno às pessoas necessitadas”, exigiu Lazzarini, instando a que a ONU e seus parceiros possam operar sem impedimentos.
Mostrando a falta de seriedade de Israel, ele acrescentou que a UNRWA tem o equivalente a 6.000 caminhões carregados com ajuda humanitária prontos na Jordânia e no Egito, aguardando autorização para entrar em Gaza.
O alto funcionário enfatizou ainda que a entrega terrestre é mais eficiente e reduz os riscos para a população. “Transportar ajuda é muito mais fácil, eficiente, rápido, barato e seguro. É mais digno para o povo de Gaza”, assinalou.
SITUAÇÃO CRÍTICA
Organizações humanitárias e agências de notícias internacionais alertaram esta semana que a situação na Faixa de Gaza é terrível, a ponto de seus próprios trabalhadores estarem à beira da fome.
Aqueles que estão cobrindo o conflito a partir de Gaza agora enfrentam a fome e “as mesmas circunstâncias terríveis que as pessoas que estão
cobrindo”, informa uma declaração conjunta da BBC News, Agence France-Presse (AFP), Associated Press (AP) e Reuters, apontando que os jornalistas em Gaza estão cada vez mais incapazes de alimentar a si mesmos e suas famílias.
Nesse contexto, a ONU insistiu em que os 2,1 milhões de pessoas que vivem no enclave sofrem de insegurança alimentar. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, cerca de 900.000 crianças sofrem de fome e outras 70.000 apresentam sintomas consistentes com desnutrição. Quase 1.000 pessoas foram mortas pelo exército israelense enquanto tentavam obter comida.
NÚMERO DE PALESTINOS MORTOS SE APROXIMA DE 60.000
Pelo menos 88 palestinos foram mortos e outros 374 ficaram feridos na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas como resultado do genocídio israelense em andamento na região, de acordo com fontes médicas.
Autoridades de saúde locais confirmaram que o número de palestinos mortos no ataque israelense desde outubro de 2023 aumentou para 59.821, com mais 144.851 feridos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
Segundo as mesmas fontes, o número de mortos desde a retomada do genocídio por Israel em 18 de março, após uma trégua de dois meses, também subiu para 8.657, além de outros 32.810 feridos.
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