
A deputada Joice Hasselmann rebateu os ataques contra ela desferidos pelo vereador Carlos Bolsonaro através de seu perfil falso Pavão Misterioso. Depois que ele a chamou de “porca”, a deputada revelou este que é um dos segredos mais bem escondidos de Carlos Bolsonaro.
“Oi Carluxinho, como vc é elegante, quase um diplomata. Manda bjs pro Índio”, respondeu a deputada no Twitter a uma postagem do perfil propagador de fake news @PavãoMisterioso, em que ele se referia a ela como uma porca.
A mensagem confirma que o vereador do Rio é realmente o autor do perfil que integra a milícia digital bolsonarista e que é responsável por divulgação de mentiras e calúnias na internet.
Índio, a quem ela se refere, é Leo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, muito chegado a Carluxo, e uma espécie de dedo duro informal do governo. Ele é comissionado no gabinete de Chico Rodrigues (DEM-RO), vice-líder do governo no Senado, mas é visto frequentemente no Planalto.
Torcendo abertamente pela saída de Bolsonaro e seus filhos do partido, Joice acrescentou: “O PSL vai estar em boas mãos quando os traíras forem colocados em seus devidos lugares. Eu não tenho medo de moleques, de traíras, de gente que fica fazendo campanhazinha contra mim na internet”.
“Não vou ter medo de dois moleques que ficam aí tuitando falando bobagem de mim pelas costas”, alfinetou, referindo-se indiretamente a Carlos e a Eduardo.

Ela acusou também Jair Bolsonaro de tentar dar um golpe no partido e abocanhar a liderança e o fundo partidário. A ex-líder disse que não vai dar sossego para os filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro. Em vídeo, divulgado no domingo (20), ela disse que Bolsonaro fez essa confusão toda “para dar a liderança do partido na Câmara de presente do Dia das Crianças para o Eduardo”.
A guerra dentro do PSL começou pela disputa para saber qual dos bandos do partido vai controlar os R$ 350 milhões dos fundos, partidário e eleitoral, que rerá direito no ano que vem.
A primeira tentativa de tomar o partido de assalto foi quando Bolsonaro atacou o mafioso Luciano Bivar, presidente do partido, no início de outubro, por conta do escândalo das candidaturas laranjas de Pernambuco.
Bolsonaro achou que seria fácil afastar o ex-cartola do Sport do cargo. Enganou-se. O bando bivarista jogou no ventilador que o presidente acoberta os crimes do filho, Flávio, e de seu motorista, Fabrício Queiroz, acusados de lavagem de dinheiro. Lembraram também que Bolsonaro vem acoitando o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, outro que plantou seu laranjal em Minas, já tendo inclusive sido denunciado.
Flávio Bolsonaro vem sendo protegido pelo pai, que fez de tudo para parar a investigação do desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa do Rio para o seu bolso e o de seu comparsa Fabrício Queiroz, quando era deputado estadual.
Ele tinha funcionários laranjas, inclusive ligados às milícias do Rio de Janeiro, e fazia a rachadinha com eles. Queiroz recebia depósitos dos laranjas em sua conta – R$ 7 milhões entraram e saíram entre 2014 e 2017 – e repassava para Flávio e até mesmo para a atual primeira-dama, segundo flagrou o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).