A Alemanha pode enfrentar escassez de produtos básicos como papel higiênico e papelão se o fornecimento de gás russo diminuir nos próximos meses, informou o jornal alemão Zeit Online na semana passada
As fábricas de papel em operação podem se tornar não lucrativas se forem forçadas a produzir com capacidade reduzida devido à escassez de gás, registrou a publicação, que cita o alerta de Jürgen Schaller, presidente do Conselho das Associações de Papel da Baviera, como alerta.
A produção de papel requer muita água, eletricidade e gás, explicou Schaller, acrescentando que a tecnologia é experimentada e testada e não pode ser alterada rapidamente.
“Muitos funcionários da minha empresa já estão muito preocupados. Não posso culpá-los. Porque se conseguirmos produzir apenas 50 ou 60 por cento, a operação não vale a pena para nós. Para ser honesto, eu também me preocupo”, disse Schaller ao Zeit Online.
Assim, além da ameaça de frio e apagão no inverno, mais essa: sem papel higiênico.
Sob as sanções contra a Rússia, apontadas por muitos como um “tiro no pé”, a falta de gás tornou-se um risco cada vez mais presente, com as consequências para a produção industrial europeia.
O gasoduto Yamal foi paralisado pela recusa da Polônia de pagar em rublos pelo gás. O gasoduto Nord Stream 1 está funcionando a 20% da capacidade porque as sanções impedem a manutenção das turbinas que garantem a compressão do gás. Por submissão canina a Washington, o Nord Stream 2, pronto e novinho em folha, sequer recebeu licença para operar. Outra rota de trânsito, via Ucrânia, não pode ser usada até a capacidade total porque a Kiev se recusa. Pelo andar da carruagem, vai ser um longo inverno.