Os próximos anos para a economia brasileira devem ser sombrios, aponta o editorial do principal jornal alemão, Deutsche Welle, que trouxe à luz análises de quatro pesquisas de institutos renomados, ente eles o FMI, Banco Mundial e OIT, que indicam “a quase paralisada produtividade da economia brasileira como o principal obstáculo para a criação de mais empregos e rápido crescimento”.
“As análises da perspectiva brasileira levam a uma constatação chocante: as perspectivas para a maior economia da América Latina são sombrias”, afirma o jornal alemão, em sua reportagem que destaca que todas as projeções para o Brasil “indicam crescimento lento da economia e perda de importância como destino de investimentos”.
O jornal destaca que se confirmada a expectativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) de alta de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – que é a soma de todas as riqueza produzidas em nosso país -, a economia brasileira “será provavelmente apenas metade do PIB registrado por outras economias em ascensão, “que precisam de um crescimento particularmente alto para reduzir a pobreza em seus territórios”.
A partir de dados da empresa de consultoria Pricewaterhouse Coopers (PwC), que consultou 1.581 líderes empresariais em todo o mundo, o jornal alemão ressalta que para os empresários brasileiros as projeções são ainda mais pessimistas.
Segundo o Deutsche Welle, 78% dos executivos brasileiros consultados pela PwC disseram “que não estão planejando nenhum investimento para expandir suas capacidades este ano. Elas (as empresas brasileiras) ainda se encontram subutilizadas após seis anos de recessão e estagnação”, frisa o Deutsche Welle.
A reportagem destaca ainda que neste cenário “o desemprego pouco diminuirá no Brasil nos próximos cinco anos”, diz o jornal, com base em um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“Em vez de 12% de taxa de desemprego, 11,4% dos brasileiros em idade ativa ainda estarão sem trabalho em 2025. Ou seja, em vez dos 12,8 milhões de desempregados de 2019, haverá ‘apenas’ 12,6 milhões de pessoas à procura de trabalho daqui a cinco anos. A OIT diz sucintamente: ‘Não vemos razão para supor que o desemprego caia abaixo do nível de 2014 nos próximos anos’”, destaca o jornal alemão.
A reportagem também lembra que “no início da recessão a taxa de desemprego de 6,7% no Brasil era pouco menos da metade do que vem sendo há três anos. No país, essa taxa é atualmente cerca de três vezes maior que a média global. O Brasil ameaça ter o mesmo destino da Espanha ou da Grécia, onde o desemprego ainda é extremamente alto, mesmo uma década depois da crise financeira global”, alerta o Deutsche Welle.