Enquanto registrava o ataque brutal de colonos israelenses contra agricultores palestinos de azeitona, o jornalista americano, Jasper Nathaniel, também foi agredido pelos colonos, ele postou todo o incidente em sua conta do X (ex-Twitter).
No domingo(19), no vilarejo de Turmus Ayya, ao norte da cidade de Ramallah, os colonos atacaram o jornalista por ter registrado a brutalidade cometida contra os agricultores palestinos na Cisjordânia.
É o primeiro dia da temporada de colheita de azeitonas para os palestinos e os ataques tem o objetivo de aterrorizá-los, sabotar a colheita e expulsar os palestinos de suas terras.
Em postagem na rede social X, Nathaniel relatou: “8h37, saí do carro e caminhei com as mãos para cima para falar com os soldados. Eles apontaram suas armas e me questionaram. Eu disse a eles que era americano e estávamos apenas tentando voltar para a cidade, mas havia colonos nos bloqueando. Eles disseram que vão nos deixar passar.”
No vídeo, Nathaniel grita para os israelenses, armados com armas brancas improvisadas, para pararem de atacar os agricultores palestinos, tudo enquanto os israelenses espancam uma mulher palestina idosa e os outros agricultores.
O jornalista americano então disse que após cerca de 10 minutos “15-20 COLONOS APARECEM DO NADA E COMEÇAM A ATIRAR PEDRAS ENORMES E NOS PERSEGUIR COM PORRETES. = TODO MUNDO COMEÇA A CORRER.”
“Ataque brutal de colonos nos campos de oliveiras de Turmus’ayya. Muitos ferimentos, incluindo uma mulher inconsciente com um porrete e espancada repetidamente (2ª foto). O IDF nos atraiu para uma emboscada, tenho tudo em vídeo. Vou fazer o upload assim que eu tiver um bom serviço,” disse o jornalista em outra postagem.
“19 de outubro de 2025. No primeiro dia da colheita da azeitona em Turmus’ayyer, a Força de Defesa de Israel lidera um grupo de agricultores diretamente em uma emboscada brutal de colonos armados. Essas pessoas precisam estar na prisão até amanhã, e as pessoas desta aldeia, e de toda a Palestina, precisam ser protegidas. Já basta,” postou o jornalista Nathaniel.
Israelenses realizaram 158 ataques contra agricultores palestinos desde o início da temporada de colheita
Em um comunicado para a imprensa, nesta terça-feira(21) o chefe da Comissão de Resistência ao Muro e aos Assentamentos, Mu’ayyad Shaaban, disse que os ataques perpetrados pelo exército da ocupação israelense e seus colonos realizaram foram 158 no total contra agricultores de azeitona palestinos desde o começo da temporada da colheita.
Ele descreveu que a sua comissão monitorou 17 ataques do exército israelenses e 141 ataques feitos por colonos. E que os tipos de ataques vão de agressões físicas, prisões em massa, restrições ao movimentos de palestinos e negação de acesso, intimidação contra população palestina que vive na região.
Os ataques se concentraram em três províncias, em Nabus, com 56 ataques, em Ramallah, com 5 e Hebron com 15. Nessa temporada de colheita de azeitonas, foram registrados 57 casos de restrição de movimento e intimidação contra palestinos que fazem a colheita, 22 casos de espancamentos contra agricultores.
74 ataques aconteceram em áreas de plantio de azeitonas somente nesta temporada, incluindo 29 casos de vandalismo como destruição de terras de plantio como cortes, quebras e demolições. 795 oliveiras foram destruídas pelos israelenses.
Shaaban disse que a ocupação das forças de Israel continua a tentar interromper o modo de vida palestino, historicamente ligado às terras da região como fonte de subsistência e que os israelenses atacam sistematicamente durante a temporada de azeitona dada sua relação com a cultura palestina e sua terra.
Essa temporada, disse Shaaban, é a mais perigosa e difícil nas décadas recentes por causa da exploração de sistemas de guerra pelo exército israelense e por colonos apoiados por políticas e legislações que reforçam a opressão contra o povo palestino, como o fechamento de províncias, transferências de armamento para milícias de colonos e principalmente pela impunidade dos envolvidos nos ataques.
Ele concluiu o comunicado dizendo que ao desafiar as decisões da ocupação, ao insistir na defesa do direito de acesso a suas terras, ao garantir o sucesso da temporada de colheita, foram frustrados os planos da ocupação e restaurado o respeito pela resiliência do povo palestino.