
O jornalista Ricardo Boechat faleceu num acidente de helicóptero em São Paulo, no início da tarde desta segunda-feira (11). Boechat tinha ido a um evento de um laboratório farmacêutico, em Campinas (SP), retornando à capital, quando a aeronave caiu na rodovia Anhanguera.
O piloto do helicóptero Ronaldo Quattrucci também morreu na hora.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu em cima de um caminhão que trafegava pela rodovia, no sentido interior. Não há, ainda, informação sobre o estado de saúde do motorista – ou se havia passageiros no caminhão acidentado. A aeronave explodiu após o choque. Os bombeiros informaram que 11 viaturas foram deslocadas para o local no atendimento à ocorrência.
O jornalista trabalhava atualmente no Grupo Bandeirantes de Comunicação, apresentando dois programas diários, A Notícia com Ricardo Boechat, um matinal na rádio BandNews FM, e o Jornal da Band à noite, na TV Bandeirantes. Ele tinha também uma coluna na revista semanal Istoé.
Na manhã desta segunda, Boechat falou em seu programa matinal no rádio sobre a sucessão de tragédias no país, como Brumadinho, e no ninho do Urubu, no Rio de Janeiro.
“Por enquanto, sabe-se, em linhas gerais, que a culpa não pode ter recaído sobre o Vaticano, nem sobre a república da Arábia. A culpa está sobre o campo da Vale, no campo da fiscalização, no campo do Legislativo, e a cumplicidade para isso está no Judiciário, que de Mariana para cá pouco fez para dar efetividade às punições, às sanções, que poderiam ter feito de Mariana um exemplo não só para a Vale, protagonista das duas tragédias, mas para as mineradoras de uma maneira em geral”, comentou o jornalista à rádio Band News FM.
Boechat é ganhador de três prêmios Esso de jornalismo. É também o maior ganhador do Prêmio Comunique-se.
A jornalista Veruska Seibel Boechat, mulher do apresentador Ricardo Boechat, se pronunciou na tarde desta segunda-feira, 11, horas após a confirmação da trágica morte do jornalista em uma queda de helicóptero em São Paulo.
Com uma foto em que aparece abraçada ao marido, ela resumiu. “Pior dia da minha vida”. A imagem é do dia do casamento dos dois, em 2005.
Boechat deixou duas filhas com Veruska: Catarina, de 10 anos, e Valentina, de 12. Ele ainda tinha outros quatro filhos, frutos do casamento com Claudia Costa de Andrade.
A morte do jornalista foi lamentada por diversas lideranças políticas e sociais do país.
Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) destacou que Boechat “foi um jornalista brilhante, apaixonado pelo seu ofício, que jamais deixou de participar das discussões de seu tempo. Um dos seus traços marcantes era o rigor que cultivava em relação a apuração do noticiário”.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro e a Federação Nacional dos Jornalistas também lamentaram a morte do jornalista.
O Instituto Presidente João Goulart manifestou seu “profundo pesar pela passagem de dos maiores âncoras da televisão brasileira”. “Descanse em paz Boechat, você honrou o jornalismo brasileiro com isenção, ética e coragem”, destaca o texto assinado pelo diretor presidente do Instituto, João Vicente Goulart.