Trabalhadores considerados essenciais, especialmente durante a pandemia, os jornalistas de jornais e revistas da capital paulista realizarão uma paralisação na próxima quarta-feira (10). A categoria pede a reposição salarial da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), atualmente em 8,9%.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), a demanda já completou 5 meses e o sindicato patronal dos Jornais e Revistas da Capital tem se mostrado intransigente nas negociações.
No último dia 30 de outubro, a entidade realizou um ato na porta do jornal Folha de São Paulo, onde trabalha o presidente do Sindicato Patronal.
O presidente do SJSP, Thiago Tanji, explica que a demanda sequer corresponde “a inflação oficial, mas a gente sabe que quando a gente vai no supermercado, no posto de gasolina, a inflação é muito maior do que 8,9%”.
“Os patrões de jornais e revistas da capital continuam a demonstrar intransigência e pouca disposição ao diálogo nas negociações da campanha salarial 2021/2022. Em reunião realizada em 20 de agosto, as empresas apresentaram um reajuste de 4,45% para salários até R$ 10 mil; para salários acima desse valor, haveria uma recomposição fixa de R$ 445. O índice de 4,45% corresponde à metade da inflação oficial calculada pelo INPC entre junho de 2020 a maio de 2021”, afirma o Sindicato.
Em nota, o SJSP diz que por diversas vezes tem sido afirmado por diferentes veículos que o jornalista exerce uma atividade essencial para a sociedade e a defesa desta profissão é uma maneira de garantir o fortalecimento da própria democracia contra qualquer tipo de autoritarismo.
“Infelizmente, o que as empresas tanto defendem da porta para fora não é cumprido nas próprias redações. Tapinhas nas costas não bastam. Elogiar ao mercado publicitário o trabalho essencial que nós, jornalistas, exercemos na histórica cobertura da pandemia tampouco é suficiente. Diante de uma conjuntura econômica dramática, não podemos aceitar perdas em nossos rendimentos por conta da crescente pressão inflacionária”, diz a nota.
“Lutar por nossos salários é também lutar pela dignidade profissional e pelo papel essencial que cumprimos para a democracia e para a nossa sociedade”, defende o SJSP.