A Confederação Israelita Brasileira (Conib) repudia “de forma veemente” fala do ministro de Relações Internacionais Ernesto Araújo, que chamou quarentena de “campo de concentração” nazista
Em nota publicada em seu portal, exige “uma retratação imedidata de Araújo”, deixando claro que “não há comparação possível entre uma medida sanitária, adotada em todo o mundo para combater uma pandemia, a uma ação persecutória e racista contra uma minoria inocente, que culminou com o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa”.
Segue a declaração da Conib:
A Conib deixa claro que condena de forma veemente o comentário do chanceler brasileiro, Ernesto Araujo, comparando o isolamento social para combater a Covid-19 aos campos de concentração nazistas. Não há comparação possível entre uma medida sanitária, adotada em todo o mundo para combater uma pandemia, a uma ação persecutória e racista contra uma minoria inocente, que culminou com o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa. Esperamos uma retratação imediata.
COMITÊ JUDAICO NORTE-AMERICANO EXIGE RETRATAÇÃO
O Comitê Judaico Americano (American Jewish Committee) considerou “a analogia do ministro do Exterior do Brasil, comparando medidas de distanciamento a campos de concentração nazistas são profundamente ofensivas e inteiramente inapropriadas”.
Em sua declaração pelo Twitter – que foi repercutida pelo jornal Times of Israel -, uma das maiores entidades judaicas norte-americanas exigiu que Araújo “peça desculpas imediatamente”.
INSTITUTO BRASIL-ISRAEL REPUDIA POSICIONAMENTOS NAZISTAS DE BOLSONARO E ARAÚJO
Em sua “nota oficial” o Instituto Brasil-Israel denuncia que Araujo e Bolsonaro “anulam e relativizam a memória” do genocídio nazista.
Na nota o IBI destaca que : “Impressiona o uso excessivo e absurdo que membros do atual governo brasileiro fazem do nazismo e do Holocausto. Desde as afirmações do atual presidente de que o nazismo seria de esquerda (feitas em frente ao Museu do Holocausto, em Jerusalém) até a reprodução do discurso do ministro da propaganda nazista pelo ex-secretário especial de cultura, os absurdos se multiplicam”.
O IBI adverte que nesta semana foi a vez do ministro das relações exteriores novamente se pronunciar nesse sentido:
“Em meio à maior crise sanitária dos últimos tempos, Ernesto Araújo, em seu texto “Chegou o Comunavírus”, achou por bem denunciar o que seria uma suposta conspiração comunista, mostrando mais uma vez seu negacionismo histórico.
“Em crítica ao filósofo Slavoj Žižek, o atual ministro das relações exteriores associa o nazismo ao que chama de ‘utopia comunista’, compara os esforços de isolamento social a campos de concentração nazistas e diz que grupos comunistas estão se fazendo valer do coronavírus para implementar ‘um estado de exceção global permanente, transformando o mundo num grande campo de concentração’.
“Por fim, Araújo diz que ‘o nazista é um comunista que não se deu ao trabalho de enganar as suas vítimas’.
“O que quer dizer com isso? Que ao menos o nazismo era mais sincero? Que grupos favoráveis ao isolamento social, preocupados com a disseminação e mortalidade do Covid-19, são comunistas ainda piores que os nazistas, por estarem escondendo a verdade?
“Ernesto Araújo, ao colocar os campos de concentração nesses termos, anula e relativiza a memória do Holocausto. E ainda pior, acaba por reproduzir a lógica nazista: transformar os campos da morte em fábricas do esquecimento.
“O Instituto Brasil-Israel repudia com veemência todas essas afirmações”.
Até quando esse indivíduo que aje como um jagunço, vai atacar pessoas e países sem ser processado, espero que autoridades Chinesas e Israelitas, tomem providências pra já.