Um juiz federal dos Estados Unidos determinou na última sexta-feira que a Casa Branca devolva a credencial de imprensa ao jornalista Jim Acosta, da rede CNN, revogada em 7 de novembro após o presidente Trump ter se negado a responder sua pergunta.
Embora seja temporária, a decisão passa a valer até que seja tomada uma decisão final sobre o caso, e já foi reconhecida pela Casa Branca.
A discussão com Acosta ocorreu durante uma coletiva de imprensa quando o presidente respondeu de forma ríspida a uma pergunta do jornalista, que tentou fazer outro questionamento na sequência. Irritado, Trump pediu que o repórter largasse o microfone.
Como Acosta se recusou a cumprir a ordem e continuou a fazer perguntas, o presidente perdeu completamente a compostura. “A CNN deveria se envergonhar de ter você trabalhando para eles, você é grosseiro e uma pessoa horrível”, esbravejou.
Indo além no achincalhe ao repórter, a porta-voz da Casa Branca, Sara Sanders, alegou que o jornalista “colocou as mãos” na estagiária que tentava tirar seu microfone. “Isso é uma mentira”, rebateu Acosta.
De acordo com a CNN, Jim Acosta vem sendo alvo frequente das críticas de Trump e a ação que moveu foi no sentido de resguardar o direito de seu repórter ao livre exercício profissional e à própria liberdade de expressão. Inúmeros meios de comunicação respaldaram a reivindicação – e a queixa – da CNN, incluindo a Fox News, propriedade do mais do que aliado de Trump, Rupert Murdoch.
Conforme a denúncia apresentada à Justiça, ao retirar a credencial do jornalista, Trump violou a liberdade de imprensa consagrada na Primeira Emenda à Constituição. “Voltemos ao trabalho”, declarou Acosta, na saída do tribunal em Washington, depois de agradecer o apoio recebido dos colegas.
Por meio de comunicado, a porta-voz do presidente disse que a Casa Branca restabelecerá “temporariamente” o acesso de Jim Acosta, deixando em aberto a possibilidade de voltar a negá-lo. Segundo Sara Sanders, serão instituídas novas regras “para garantir entrevistas coletivas justas e ordenadas”, a fim de “haver decoro na Casa Branca”.