A Justiça Federal de Brasília arrolou Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia), dois dos seus auxiliares mais próximos, como testemunhas em processo que apura a atuação de uma organização criminosa, conhecida como “Quadrilhão do MDB” na Câmara dos Deputados, em fraudes e corrupção na Petrobrás.
A decisão é do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que também pediu para ouvir como testemunha Joesley Batista, dono da JBS. O magistrado afirmou que as referências feitas a Temer, Moreira, Padilha e Joesley por réus no processo tornam “imprescindíveis” a tomada do testemunho deles.
“A par de que o MPF e o réu Rodrigo Rocha Loures, além de outros denunciados em suas respectivas respostas, fazem referências ao Exmo Senhor Presidente da República, Michel Temer, bem como os ministros Wellington Moreira Franco, Eliseu Padilha e, ainda, a Joesley Batista, também tenho como imprescindíveis seus testemunhos (do juízo), em data a ser designada para depois da oitiva das testemunhas da acusação”, escreveu o juiz.
O processo decorre de uma denúncia feita inicialmente há um ano pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em que acusou Temer no Supremo Tribunal Federal (STF) de ser o chefe do esquema do chamado grupo do MDB da Câmara.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, os réus participaram de um esquema de desvio de dinheiro público e existem “robustos elementos que apontam que eles integraram uma organização criminosa”. A PGR afirma que um grupo de políticos do PMDB (atual MDB) se organizou para desviar recursos da Petrobrás e de outros órgãos do governo.
No caso de Temer, a denúncia foi barrada pela Câmara. Mas seguiu adiante em relação aos demais denunciados. Entre eles, amigos de Temer, como João Baptista de Lima Filho, o ex-assessor e advogado José Yunes e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures.
W. F.