Os marqueteiros do PT, Mônica Moura e João Santana, serão ouvidos nesta segunda-feira (5) pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, como testemunhas de acusação no processo do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). O Ministério Público Federal (MPF) afirma que o sítio pertence a Lula e está em nome de laranjas, sócios de seu filho.
Tal como o triplex, o sítio recebeu reformas para se adequar às necessidades de Lula, como uma nova ala, adega, cozinha e outros. Tudo custeado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, cabeças do Cartel do Bilhão que assaltou a Petrobrás. Para manter seus contratos na Petrobrás, o cartel pagava propinas a diretores da estatal ligados ao PT, PMDB, PP. De acordo com o MPF, Lula se beneficiou disto, recebendo como parte da propina o triplex e o sítio. A peça de denúncia afirma que as melhorias no imóvel do sítio totalizaram R$ 1,02 milhão.
A OAS comprou a cozinha do sítio de Atibaia na mesma loja em que ela comprou a cozinha do triplex.
O sítio de Atibaia está registrado em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas pelo PT e Jonas Suassuna. Os dois são sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente. Porém, segundo o MPF, há provas de que, da mesma forma que o imóvel do Guarujá, Lula está ocultando patrimônio e que, para isso as figuras acima citadas não passam de laranjas. A Polícia Federal encontrou elementos que comprovam que o sítio pertence, na verdade, ao ex-presidente. Entre eles estão bens pessoais, roupas e indícios de visitas frequentes ao imóvel. A denúncia afirma que entre 2011 e 2016, Lula esteve no local cerca de 270 vezes. Por exemplo, uma foto registra a presença de lula no local.
O juiz Moro também vai ouvir nesta segunda, além de Mônica e João Santana, o ex-gerente da área Internacional da Petrobras, Eduardo Musa.
Primeiro serão ouvidas as testemunhas de acusação e em seguida as da defesa. A defesa de Lula arrolou 59 testemunhas. Depois dos depoimentos das testemunhas, os réus serão ouvidos.
Na quarta-feira (7), serão ouvidos os irmãos e empresários Milton Taufic Schahin e Salim Taufic Schahin; o ex-presidente da Braskem Carlos José Fadigas de Souza Filho; e o engenheiro civil Frederico Marcos de Almeida Hora Barbosa.
Conforme a denúncia, as duas empreiteiras foram beneficiadas em pelo menos sete contratos. Também faz parte da denúncia o contrato de aluguel do navio-sonda Vitória 10.000, realizado pela empreiteira Schahin, junto à Petrobras. O contrato foi uma compensação pela extinção do empréstimo de R$ 12 milhões intermediado por José Carlos Bumlai, amigo de Lula, para o PT.