“É um governo antipovo e antitrabalhador”, afirmou o deputado federal, pré-candidato a prefeito de São Paulo, em plenária virtual com líderes sindicais
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), pré-candidato a prefeito de São Paulo, avaliou que o governo Bolsonaro já estava levando o desemprego para muitos, mas “com a pandemia foi produzida uma tragédia econômica”.
“O drama é olhar para a população economicamente ativa e ver que a maior parte está fora do mercado de trabalho. E a pandemia afetando de forma mais intensa os trabalhadores informais”, declarou o deputado durante plenária virtual com sindicalistas, realizada no sábado (4).
“Do ponto de vista do trabalho, vivemos tempos sombrios. A crise econômica e a pandemia agravaram enormemente as circunstâncias”, prosseguiu.
Sobre sua pré-candidatura, o parlamentar comentou que ela visa debater o desenvolvimento de São Paulo e representar as esperanças dos mais pobres.
“Precisamos de uma Prefeitura que também olhe para quem precisa, que olhe para as favelas, para as quebradas, para as pessoas pobres”, disse.
Orlando reafirmou a necessidade de uma frente ampla para combater o bolsonarismo, mas que sua pré-candidatura também serve para apresentar um programa de cidade “que priorize o trabalhador. Nós vamos apresentar a nossa candidatura, mas não podemos deixar a candidatura do Bolsonaro ganhar. É um olho no peixe e outro no gato. Várias outras candidaturas vão estar com o mesmo olhar da frente ampla”.
“A eleição vai acontecer no meio de um processo de muita mudança e debaixo de uma hegemonia política muito estranha”, apontou.
“O que o Bolsonaro queria mesmo era fechar tudo”, assinalou, referindo-se ao golpismo de Bolsonaro e ao seu elogio à ditadura, “deixando só seus familiares e seus milicianos governando com a política ultraliberal do Paulo Guedes. É um governo antipovo e antitrabalhador”.
Para o presidente do PCdoB em São Paulo, Wander Geraldo Silva, a pré-candidatura de Orlando está contribuindo tanto “na luta contra o bolsonarismo” quanto “em defesa das pautas sindicais, como a geração de emprego e de renda”. “Precisamos defender a bandeira da frente ampla e também enfrentar as desigualdades da cidade de São Paulo”.
O secretário sindical do partido, Nivaldo Santana, que também é secretário de relações internacionais da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), declarou que o foco deve ser “pensar em como resolver os problemas da cidade. O Orlando prefeito e uma boa bancada de vereadores vai fazer da nossa cidade um lugar melhor para todos e, principalmente, para quem mais precisa”.
O presidente da Nova Central Sindical em São Paulo, Luiz Gonçalves, ou Luizinho, afirmou que “nas eleições, o debate nacional vai estar presente o tempo todo. Devemos fazer com que os municípios tenham força para retomar o quanto for possível de nossa economia”.
Rene Vicente, presidente da CTB de São Paulo, acredita que os sindicalistas têm que “manter nossas forças unidas e fazer propostas. Pela primeira vez na história 50% da população tá fora do mercado de trabalho. Orlando significa uma nova visão da administração pública, dando voz para os trabalhadores”.
O presidente nacional da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas, o Bira, disse que “vamos entrar em uma eleição em que um governo boicota os recursos para os estados e municípios, boicota as pequenas e médias empresas”.
“Há necessidade de juntar todos os brasileiros em defesa da democracia, seja de qual pensamento for, desde que discorde da ditadura e concorde com a democracia. Essa é a mãe de todas as batalhas”, apontou.
Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, disse que a pré-candidatura de Orlando se engrandece por ser defensora dos trabalhadores em um momento de “muitas disparidades, de elevada desigualdade de renda, da ausência de um projeto de cidade que seja mais humano”.
O presidente do Sindicato dos Eletricitários, Chicão, defendeu que Orlando “tem que pegar a bandeira do trabalhismo em sua pré-candidatura. A atuação dele na Câmara está mostrando como ele é guerreiro, que ele representa as vontades da nossa gente”.
ANTIRRACISTA
Na quarta-feira (1º de julho), Orlando Silva participou da plenária Negros e Negras por São Paulo, que reuniu mais de 100 lideranças.
“Foi uma reunião importante com lideranças da luta antirracista”, avaliou Orlando.
“No Brasil, são inseparáveis as questões de classe e de raça, porque os negros são os mais explorados e mais pauperizados nas relações de trabalho”, enfatizou.
Para o deputado do PCdoB, a pandemia tornou isso tão gritante, “que as pesquisas mostram que há 62% mais chance de um negro morrer de Covid do que um branco”. “Isso aqui na cidade de São Paulo. O debate antirracista é também sobre representação e disputa do poder político, porque só engajando o poder público poderemos sonhar em reparar essas mazelas históricas”.
“Esse debate precisa ser feito nas eleições municipais. Como tenho dito, vidas negras importam – e representatividade negra também importa!”, defendeu.
PEDRO BIANCO
Presença de Miguel Torres dando apoio a Orlando foi digno de nota