Segundo o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Fernandes Campilongo, 20 entidades representativas empresariais e sindicais estão envolvidas na articulação do evento
A Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, região central de São Paulo, sediará no dia 11 de agosto um ato de protesto, organizado por juristas e empresários, contra os ataques de Jair Bolsonaro às eleições e ao sistema de urnas eletrônicas. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A data escolhida para o ato é celebrada no meio jurídico em razão da instituição, em 1827, das duas primeiras faculdades de direito no Brasil, em São Paulo e Olinda. A data também batizou o centro acadêmico da instituição de São Paulo, criado em 1903. Entre as cerca de 20 entidades representativas empresariais e sindicais envolvidas na articulação dos eventos está a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), segundo o diretor Celso Fernandes Campilongo, diretor da Faculdade de Direito. A Fiesp ainda não confirma publicamente sua participação.
A manifestação contra o golpe de Estado planejado por Bolsonaro deve contar também com a presença de entidades da sociedade civil, professores, advogados, juristas e outras faculdades de direito. Dentro da programação, às 10h, a faculdade planeja uma solenidade em homenagem aos Tribunais Superiores, no Salão Nobre do edifício. Às 11h30, será lido no pátio um documento em defesa do sistema eleitoral — uma espécie de reprodução da “Carta aos brasileiros”, uma defesa do Estado Democrático de Direito lida no pátio da mesma faculdade em 1977.
“A Carta aos brasileiros foi lida como um estímulo para que a gente saísse de uma ditadura. Agora o contexto é diferente. (Nossa carta) será lida numa democracia, para que a gente não volte a cair numa ditadura”, afirma Celso Fernandes Campilongo, diretor da Faculdade de Direito.
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, aposentado em 2020, está encarregado de ler o documento. A solenidade prevê a presença de juristas como Celso Antônio Bandeira de Mello, Joaquim Falcão e Tercio Sampaio Ferraz Junior. Os ministros do Supremo foram convidados também, segundo Campilongo, que se comprometeu a convidar professores de direito do Brasil.
O manifesto, criado por ex-alunos, circula em grupos de Whatsapp de advogados há alguns dias e é inspirado na “Carta” de 1977, lida por Goffredo da Silva Telles Jr., que pedia o restabelecimento de um estado democrático de direito e manifestava repúdio ao regime militar, vigente na época. “É uma nova carta aos brasileiros, que, ao invés de dizer ‘Diretas Já’, dirá ‘estado de direito sempre’”, disse o jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Junior, um dos articuladores do texto.
Parabéns pelo manifesto! Bolsonaro é uma erva daninha que dá espaço para que seus pares homofobicos, racistas, genocidas cresçam, precisa ser eliminado com urgência!