Com o desemprego e o subemprego atingindo cerca de 30 milhões de brasileiros e ainda com a renda arrochada, é cada vez maior o uso do cartão de crédito e do cheque especial, que no mês de agosto continuaram acima de 300% ao ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central, na quarta-feira (25).
Em agosto o juro médio do cheque especial caiu, diz o BC, mas ainda atinge os abusivos 306,9% ao ano e o uso desse tipo de empréstimo só tem aumentado, assim como os bancos não param de ampliar o limite de crédito às pessoas físicas, assim como não param de ampliar os seus lucros. No rotativo do cartão, o juro médio em agosto subiu para 307,2% ao ano.
Segundo o BC, em doze meses, até agosto, o saldo total de crédito no cheque especial subiu 11,6%, para 26,14 bilhões, e no rotativo do cartão de crédito aumentou 18,5% (R$ 39,78 bilhões).
Os bancos se aproveitam da crise para impor as maiores taxas de juros nessas modalidades. Não é à toa que o cartão de crédito foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 79,3% das famílias endividadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio. O percentual de famílias com dívidas apresentou em agosto de 2019, a oitava alta mensal consecutiva, alcançando 64,8% do total, o maior patamar desde julho de 2013, diz a CNC.
LUCRO DOS BANCOS
Com as taxas de juros em patamares mais do que abusivos, no segundo trimestre deste ano, os três maiores bancos privados no Brasil – Itaú, Bradesco e Santander – alcançaram juntos um lucro líquido de R$ 17,131 bilhões. Um aumento de 17,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando obtiveram juntos um lucro de R$ 14,568 bilhões.
Nenhum índice econômico teve desempenho que se aproxime desse percentual de crescimento.